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Pedra da Penha com o estagiário

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Pedra da Penha e o Pitoco.

Aqui no ES, nós temos um escalador prodígio que é bastante conhecido pela comunidade, o Pedro, também conhecido como “Graveto” pela sua aparência física. O garoto, além de escalar bem, é um figuraço, muito quisto pela galera. Quem conhece o garoto, conhece as tiradas clássicas dele.

Esses dias, ele me perguntou se não poderia acompanhar nas nossas indiadas tradicionais, pois achava “muito interessante”. Então nesse final de semana nós convidamos o garoto para a “iniciação”, mas sob uma condição: levar o paul bag branco!

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Em algum lugar muito frio à caminho das pedras.

Quem conhece, ou já carregou, o tal haul bag chega a ter calafrios só em ouvir a palavra. Nesse haul bag é onde nós carregamos, em média, umas 40 chapeletas com chumbador, uma furadeira, 3 baterias e uma corda estática. Ah, e se sobrar um espaço, a água. E como o nome diz, haul bag não foi feito para carregar nas costas, mas sim ser içado. Por isso é muito desconfortável carregá-lo nas costas.

E o Graveto em sua pura inocência de adolescente aceitou a condição! E assim partimos no sábado, eu, o estagiário, Afeto e DuNada para a Pedra da Penha em Cachoeiro do Itapemirim, conquistar mais uma pedra.

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Uma parada estratégica porque alguém passou mal com as curvas. Quem será?

O plano era conquistar um pequeno pitoco que fica aos pés da Pedra da Penha, um enorme e imponente monólito de granito que majestosamente se impõe na paisagem local.

Após uma aproximação relativamente puxada, chegamos na base do tal pitoco. O estagiário sofreu e reclamou para subir. Tinha horas que dava pena de ver o garoto. Chegou a pedir para eu levar o haul bag, mas nós não abrimos mão. Afinal de conta, ele queria estar conosco e se comprometeu a carregar a bagaça.

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Gravato reclamando de alguma coisa na trilha que não era trilha.

O pitoco não se mostrou muito lá grandes coisas. Abrimos uma pequena via em móvel de IIIo grau de uns 30m para chegar no cume e batizamos a via de “Meu primeiro amor”.

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DuNada no cume do Picoto. Ao fundo à direita, as montanhas de Estrela do Norte.

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Abre parênteses: o nome da via foi em homenagem ao estagiário, carregador, Graveto que nos contou, durante a ida, a sua história de amor de adolescente (hilário!!!). Como se trata da vida pessoal do menino, não convém entrar em detalhes (te salvei, hein?!).

Fecha!

Depois dessa conquista expressa, descemos e voltamos os nossos olhos para a Pedra da Penha, onde vislumbramos um perfeito sistema de fendas da base até o cume.

Olhando de longe, parecia simples e fácil, mas assim que tirei os pés do chão e tentei progredir 1m para cima, logo descobri que não seria nada trivial. Fenda suja, pedra estranha, vertical a negativo, movimentos difíceis… E o que era para ser um 5o grau de fenda na minha cabeça virou um A0 trabalhoso (e sujo).

Batemos na P1 após uns 30m de escalada, sendo os últimos metros um trepa mato de chorar. Dali para cima, mais um trepa mato daqueles e um diedro de uns 20m. O Afeto se jogou no trepa mato e quando chegou na base do diedro descobriu que as nossas peças grandes (Camalot #4) não eram páreas para a fenda. Insistiu um pouco, mas viu que seria arriscado demais e decidimos baixar dali mesmo e voltar melhor equipado no futuro.

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Afeto no trepa mato, ou melhor trepa capim.

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A linha da via. Chegamos até a base do grande diedro que fica acima do grande platô de capim. Ainda há muito trabalho duro pela frente!

E assim foi o domingo, sem Faustão, um misto de alegria, frustração e muito cansaço.

Semana que vem tem mais!

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