ATEES 2023, release

Aconteceu no último final de semana, na cidade de Castelo, a 8a edição da Abertura da Temporada de Escalada do Espírito Santo, edição especial de 20 anos da Associação Capixaba de Escalada.

O evento começou oficialmente no sábado, mas já na 6a feira, muita gente adiantou a subida para escalar cedo no sábado. Até porque de Vitória até Castelo são umas 3h de muitas curvas e caminhões.

Assim como no ano passado, também me adiantei e subi na 6a para o Abrigo de Montanha Apeninos – AMA para ficar na “cara do gol”. À noite, DuNada e eu ainda fizemos um churrasco e ficamos botando conversa fora enquanto mais gente ia chegando noite à dentro no abrigo.

Uma década atrás, na época da construção do Abrigo, DuNada e eu rodávamos muito pela região conquistando muitas vias, esportivas e tradicionais, então foi muito legal relembrar um pouco aquela época de ouro, junto ao abrigo que sonhamos em construir um dia.

Churrasco no Abrigo de Montanha Apeninos.

No sábado, o povo desceu em peso à Parede de Apeninos e o pico ficou lotado, com direito a fila nas vias mais clássicas. Segundo a organização foram 80 inscritos. Considerando o dado do último censo foi como se todos os escaladores do Estado estivessem no pico nesse dia!

Parede de Apeninos e o totem.
Camiseta oficial (e amassada) do evento.

Se no ano passado, a Abertura foi marcada pela chuva, esse ano o São Pedro nos presenteou com um belo dia escaldante! Tipicamente, no mês de maio, as temperaturas são mais amenas, mas esse ano, devido às mudanças climáticas, maio promete ser mais quente e chuvoso do que a média. Inclusive, no momento que escreve este post está chovendo lá fora…

Rodrigo escalando a via Loira (7b).
Galera no setor.
Matheus escalando a via Phillomedusa (VI).
Macacada presente no encontro.

Além da galera que ficou nas esportivas de Apeninos, tivemos um trio que repetiu a Chaminé Castelo Cachoeiro, uma tradicional de 3 enfiadas que transcorre pela lateral do totem. Na Pedra Pontuda, distante a uma hora de Apeninos, duas cordadas repetiram a via Normal que leva ao seu cume. Já no Lazer Furlan, sede do evento, uma galera também ficou escalando os blocos do entorno.

Escaladores no cume do totem.

Da minha parte resolvi quitar as pendências de várias vias que nunca tinha entrado. Entrei em quatro vias no canto direito do totem: Agulha Escarlate (7b), Sapo Cururu (VI Sup), Phillomedusa (VI) e Sapo de Franja (7b). São todas vias conquistadas pelo Dunada e CIA em 2014 e possuem quase 30m de extensão. Escalar essas vias foi bom para relembrar o estilo de escalada de Apeninos: abaulados sujos intercalados com agarras boas. Infelizmente as vias estão um pouco esquecidas e consequentemente sujas, mas as proteções estão boas e dá para se divertir bastante e xingar o DuNada por ser pão duro com as chapas em alguns momentos.

A noite, a concentração foi no Lazer Furlan onde matamos a fome após um dia inteiro de escalada. Para mim é sempre uma satisfação imensurável encontrar a família Furlan. Não canso de escrever isso no blog toda vez que volto de lá.

Concentração no Furlan
Resenha. Foto: Luca.

Depois da janta tivemos uma pequena mesa redonda sobre os 20 anos da ACE com a presença de 3 dos 26 fundadores da associação: Felipe Alves, Oswaldo Baldin e Zé Márcio que ainda seguem na ativa e agregando à nossa comunidade. Após a mesa, foi a vez do nosso palestrante convidado, Alex Mendes a falar um pouco mais sobre motivação na escalada. Quem conhece a figura sabe que motivação é com ele mesmo!

Alex Mendes palestrando.

Intercalado a tudo isso tivemos o tradicional sorteio de brinde dos nossos apoiadores e do nosso patrocinador Cachaçaria Flor do Brasil. Esse ano, graças aos esforços dos nossos captadores, tivemos 19 apoiadores para o evento, um número recorde!

Entrega do brinde principal.

Devido ao adiantado da hora, esse ano não tivemos o tradicional bingo cantado pelo Andinho e pulamos direto para o momento integração com direito a escalada noturna na fenda em móvel. Esse ano, o contemplado foi o Chuck Noia que fez aniversário no dia do evento.

Só sei que, depois disso, a resenha foi longa, mas por volta de 1h30 me recolhi ao crashpad e não sei o que aconteceu depois.

Domingo amanheceu despretensioso. Aos poucos a galera foi se reunindo em volta do café da manhã e logo as resenhas recomeçarem. Também tivemos a tradicional aula de ioga, dessa vez ministrada pela Lu e logo em seguida a tradicional foto oficial.

Amanhecer na região de Pedregulho.
Lua.
Café da manhã.
Café da manhã.
Área de Camping.
Lazer Furlan.
Prática de yoga.
Bem ti vi.
Pico do Forno Grande.
Foto oficial do evento.

Depois o povo foi se espalhando. Uns adiantaram a volta à Vitória, outros ficaram se hidratando e muitos foram escalar. Até onde fiquei sabendo e vi, três ascensões merecem destaque nesse dia: a Jana mandou a clássica “Café Doce” (8a, era 8b, mas acharam uma sequência mais fácil) e o Alequinho mandou à vista a via Capuccino (9a/b), ambas na Falésia do Furlan. No dia anterior, o Felipe Alves realizou a 6a repetição dessa mesma via que é considerada a mais difícil de Castelo.

Da minha parte, voltei a escalar na falésia do Furlan depois de cinco anos. Tenho um carinho muito especial por esse pedaço de pedra porque foi uma espécie de marco na minha trajetória de escalada na região. Descobrir, explorar e escalar essas vias me ensinou muito sobre, os limites da motivação e resiliência.

Jana na Aresta BOPE (7b).
Alex Mendes a vistando Capuccino (9a/b).
Jana na Café Doce (8a).
Na mesma via. Foto: Breno.

Fazendo um balanço geral de tudo que aconteceu e vi nesse final de semana, posso dizer que o evento foi um sucesso sob todos os aspectos, mas um ponto chamou mais a minha atenção: a presença massiva de escaladores novos. Acho que esse foi o evento onde tivemos a maior presença de caras novas. Espero que esse evento marque o início de uma nova fase da escalada capixaba, pois a escalada está precisando de sangue novo na veia!

Região de Caxixe ao entardecer.

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