Levando a vida com os pés para cima!

Sim, é isso mesmo! E não é Photoshop nem 1o de abril. Fraturei (ou faturei) os dois pés escalando, mais especificamente o calcanhar esquerdo e o tornozelo direito.

Mas como????? Como diria a minha mãe.

Quem escala sabe que durante uma escalada há alguns momentos, segundos, que são sempre críticos. É aquela fração de segundos que a gente pensa: não cai agora! Mas cai… O meu calcanhar escapou da agarra bem na hora que fui costurar e cai com aquele balão de corda diretamente num platô mais abaixo. Pousei literalmente com os dois pés no platô e piquei o resto até a corda travar a queda. Ah sim, isso foi em Calogi num 8b misto.

Depois da queda foi aquilo, descer, imobilizar, ser carregado, carro, hospital, esperar, e muita angústia até o diagnóstico final: Fratura simples sem necessidade de cirurgia, “só” 2 meses com os pés para cima…Ufa! Até que sai no lucro!

Vale lembrar que 75% dos acidentes com lesão no calcanhar necessita de intervenção cirúrgica!

Infelizmente foi uma fatalidade. O segue não tinha como me safar dessa. Ele não conseguia ver a minha escalada (ele avisou momentos antes) e cai no momento que ia costurar. Poderia culpar o conquistador da via por ter protegido mal o lance, mas fui eu quem bati as malditas chapas… Não estávamos displicentes na segurança naquele dia, estávamos escalado normalmente e super focados na atividade. Infelizmente têm coisas que estão fora de nossa esfera e pertencem ao destino.

Tento não pensar no que deu errado, no que poderia ter feito diferente naquele dia, mas o passado a gente não muda. Agora é focar na recuperação, descansar e pensar em curar o mais rápido possível para poder, primeiro, voltar a caminhar e a escalar novamente. Não vai ser um tombinho desses que vai me fazer pendurar as chuteiras.

Gostaria de agradecer do fundo do meu coração ao Felipe Sertã, o Rebit, a Diandra, a Luana e o Coelho pelo resgate (me tirar de Calogi e levar para o carro deu trabalho) e por me acompanharem no hospital. Ao meu brother Afeto por ter me ajudado no resgate e pelas longas horas de espera no hospital (entrei às 17h e só sai às 22h). E a minha noiva Paula que terá que me cuidar por longos 2 meses… Na saúde na doença, na alegria e na tristeza…