Parede de Soído

No último domingo, Alex Mendes (@alex.mendes11) e eu fomos explorar a parede da esquerda da Gruta de Soído em Domingos Martins.

A história da Gruta de Soído está neste post.

Já a história da parede da esquerda surgiu depois que o “Mateiro” apareceu com um vídeo desbravando a região uns dias atrás.

O vídeo não era claro suficiente para dar um veredito, então resolvemos ver com os nossos próprios olhos para tirar as nossas conclusões.

Estranhamente nesse dia, todos os nossos amigos estavam com a agenda ocupada e acabamos indo somente nós. A pior parte de ir em dupla é, sem dúvida, carregador todo material de conquista e, ainda por cima, abrir a trilha.

Tirando a parte ruim, a trilha foi até de boa. Já sofri mais abrindo mato na vida.

A pedra se mostrou dentro do esperado. Parede imponente, mas muito ruim de agarra. É aquilo, né? Para acertar, precisa aprender com os erros. Mas de qualquer forma a parede não era das piores. Como a parede tem extensão, ganhamos na quantidade. O Alekinho contou umas 20 linhas, eu já sou mais realista e acho que umas 10 vias seja o potencial do local.

Demos aquele rolê básico para avaliar bem o local e depois cada um escolheu uma linha para abrir os trabalhos. Poder escolher os primeiros Bom-bons da caixa é sempre um privilégio.

O Alekinho escolheu a parede mais vertical e salpicada de agarras. Eu já fui mais modesto e escolhi uma linha mais abundante em agarras. Na verdade, achei interessante uma parede com uma sequência de veios máficos que forma umas fendas rasas que pareciam aceitar algumas peças.

Como estávamos em dois, e para fazer o dia render, cada um entrou na parede em solitária.

Conquistando a primeira linha do setor.

Depois de algumas horas, após conquistar uns 18m, as agarras sumiram de vez. As colocações móveis já tinham acabado a uns 12m e já estava numa sequência de chapas, total de 4. Bati a parada no último buraco e desci limpando as agarras. Na descida, ainda bati uma chapa extra no crux que depois se mostrou primordial.

Logo em seguida o Alekinho também terminou o projeto totalizando uns 20m de via.

Descansamos um pouco e… Cada um com seus problemas! Eu no meu projeto e ele na bomba dele!

Eu entrei com a convicção de fazer o FA. Sabia das agarras, tinha limpado tudo e parecia bem exequível, mas na hora do vamos ver…

A travessia móvel se mostrou mais exigente do que o esperado e cheguei torado na 1a chapa. Quando fui costurar a segunda, acabou a força. Fui de costura em costura até a parada e desci arrasado. Foi um tapa na cara. É claro que conquistar cansa, mas achei que pudesse dar conta.

Depois foi a vez do Alekinho! É claro, a coisa também não estava bonita para o lado dele. Começou falando que a via poderia ser um oitavo. Na terceira chapa já admitiu que seria nono e após quebrar o que restou das poucas agarras, já estava falando de décimo grau!!!!

A minha via batizei de “Exército de um Homem só” e o grau estimado é um 8a ou 8b. Já o projeto de décimo do Alekinho está sem nome, mas na descida me disse que talvez fosse colocar uma parada intermediária para deixar a via democrática.

Nota: Móveis para parte inicial: 1x Camalot #1 ao #4.

Alekinho trabalhando seu projeto.

Para piorar tudo, no final do dia começou a chover forte e tivemos que descer na chuva até o carro. Foi literalmente uma banho de água fria!

A Parede de Soído não será o próximo Calogi, mas tem bons atrativos para voltar: a caminhada é relativamente curta; dista a apenas 1h30 de Vitória; fica numa altitude bastante elevada, o que deixa o clima bem agradável mesmo no verão; e o melhor de tudo, não molha com a chuva!

Descendo na chuva.

Segue o video do dia!

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