Pelo Sul

Um pouco sobre as minhas andanças pelo Rio Grande do Sul…

Noel

No sábado subi a Caxias do Sul para me encontrar com a turma e escalar em Noel Rocks.

O calor estava insuportável! Confesso que até deu saudade do calor do Espírito Santo, mas mesmo assim o povo foi em massa e o pico estava lotado! Algumas vias tinham até fila!

Tiagão mandando a via Charles Bronson (8c).
Eduardo Tondo trabalhando a via Charles Bronson (8c).

Da minha parte tinha projetado entrar em alguns nonos, mas com o calor resolvi deixá-los de lado. As vias mais duras ficam expostas ao Sol grande parte do dia. #desculpa. Assim foquei mais na escalada à vista, um estilo que aprecio muito e tenho poucas oportunidades por aqui. Poder escalar várias vias à vista no dia é um privilégio que só tenho a agradecer os “equipadores” locais pelo empenho e oportunidade.

Uma das metas que eu tenho nesse estilo é “avistar” um 9a (BRA). Do 8c para o 9a há um abismo muito grande e está sendo difícil passar por cima. Tenho alguns 9a e um 9b flash, mas à vista mesmo… zero! Em geral, um 9a sempre tem um boulder com uma resistência branda junto. Eu consigo “flashar” um V4/V5 de boulder no plástico, mas na rocha é outra história. Conseguir fazer uma leitura rápida e decifrar o crux continua sendo o meu maior desafio, principalmente nessas vias “boulderísticas” de poucos movimentos.

Nesse dia tentei a vistar a via Rita Cadilac (9a). Sabia que seria uma escalada difícil porque a leitura indicava que tudo estava concentrando em 3m com um descanso antes e um final relativamente fácil. A via estava sem magnésio e para complicar mais ainda, minha leitura tinha muitos “trechos vazios” onde não sabia como fazer o lance.

No crux da Rita Cadilac. Foto: Thiago Mohr.

Ironicamente cai num passo antes do crux. Foquei tanto no crux que deixei a parte de baixo de lado e me ferrei. Mais um aprendizado…

Isolei a via e vi que eu não teria capacidade para desbloquear o crux no à vista. Inclusive levei um tempo para achar a melhor sequência. Descansei um pouco e mandei no “segundo giro”. Achei a via relativamente fácil para 9a, então a minha sugestão é 8c.

Agente Laranja. Foto: Thiago Mohr.

Psico Zone

Na segunda à noite rolou uma session no ginásio Psico Zone em Porto Alegre. Esse é um espaço que sempre ouvia falar, mas nunca tinha ido. O muro é tocado pelo escalador Ramiro que compartilha o espaço com outros esportes na zona norte da cidade.

A session foi bem produtiva e mostrou como a galera do sul está forte nos boulders, e/ou eu estou fraco…

Um dos atrativos do muro é uma placa de 60 graus que fica num canto. Para quem tem a Gruta e o Noel Rocks na região, uma placa de 60 graus é quase que mandatório para deixar o core em dia. 

Para mim, escalar nessa placa foi muito importante para o compromisso do dia seguinte!

A turma da session!

Shaping

No dia seguinte, o Sapo, da Sapo Agarras, desceu de Laguna (SC) até Ivoti para fazer uma session de shape em casa.

A 15 anos, antes de sair do Rio Grande do Sul, ainda no comando da Sauro Agarras, eu costumava fazer as agarras em Ivoti numa pequena salinha. E 15 anos depois voltar a fazer aquela bagunça onde tudo começou foi um momento muito especial. Agradeço profundamente ao Sapo pela oportunidade e confiança.

Bagunça!

A meta do dia foi preparar algumas agarras com pega boa para muros mais inclinados, como aquele de 60 graus, e boulders de coordenação em placa.

Alguns produtos do dia.

Ao longo do dia “shapeamos” 6 blocos, que no fim, totalizaram 18 shapes, todos para “fibra”. Foi um dia intenso de muito trabalho e troca de experiência. Espero que a galera curta essas agarras! Sou bem suspeito, mas tem umas agarras ali que estão entre as melhores que já “shapiei” na vida.

A caixa mágica!

Por fim, um muito obrigado a todos que encontrei nos últimos dias. A lista é imensa e nem vou tentar listar aqui. Espero voltar o mais breve possível, talvez sob condições melhores e quiçá mandar aquele 9a maroto!

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