Abertura da Temporada de Escalada 2017 – Release

^ Sertã trabalhando a via “Capuccino” (9b).

No último final de semana, nos dias 27 e 28 de abril, aconteceu na Cachoeira do Furlan em Castelo, a 5a edição da “Abertura da Temporada de Escalada do Espírito Santo”.  As outras edições foram em 2016, 2015, 2014 e 2013; e em 2010 aconteceu o 4o Encontro Capixaba de Escalada. Mais uma vez, o evento foi organizado pela Associação Capixaba de Escalada com o patrocínio da Prefeitura Municipal de Castelo, Bonier Equipamentos e apoio da 4 Climb e Kampa.

Este ano o evento teve “um adiamento” devido ao mau humor do São Pedro, que resolveu “baixar água” em todo o Estado na semana passada e por isso tivemos que postergar para o final de semana seguinte. Segundo o pessoal da família Furlan, na semana passada não dava nem para ver 2m adiante devido a chuva e a neblina.

Mas o último final de semana foi tudo diferente. O sol apareceu já na 5a feira e o “finde” foi de muito sol e pouco calor, condições perfeitas para escalada. Aliás, quem aproveitou muito bem essas condições foi o escalador Dante, de Venda Nova do Imigrante, que “passou a régua” nas vias do Furlan ao mandar a última via que faltava (Café com Leite (8c)) para fechar o setor.

Pedra São Cristóvão em um dia com poucas nuvens.

Mesmo com a forte chuva dos últimos dias, felizmente todas as vias estavam bem secas e  todos os 30 inscritos do evento puderam aproveitar ao máximo o potencial da região de Castelo. Ao que me consta, atualmente, em Castelo há 58 vias esportivas com dificuldade máxima de 9b (Capuccino, Furlan) e 21 vias tradicionais com até 800m de extensão, conferindo o título de maior pólo de escalada do Espírito Santo.

Sol, finalmente!

No sábado, a grande maioria dos escaladores foram para Falésia de Apeninos, distante apenas meia hora de carro do local sede do evento e puderam escalar as famosas “vias de agarras” de lá. Pode parecer estranho, mas por esses lados, vias com agarras em abundância são bem raras!

Poul na via “Castelo Ra Tim Bum (6o SUP).
Galera em Apeninos.
Eu na clássica “Castelo Ra Tim Bum”, via obrigatória! Foto: Paula Dariva.
Descansar também é treinar!
Entardecer no Vale da Prata.
Amaral provando um boulder via no final do dia.
Belo espetáculo ao entardecer.

À noite, a concentração foi no camping da Família Furlan para o show mais aguardado da noite: a janta! Quem já foi lá sabe do que estou falando e quem ainda não foi, não sabe o que está perdendo! Há quem vá escalar em Castelo só para jantar lá.

Após a janta, o Zé Márcio, no jeito dele, fez a abertura oficial da temporada de escalada, dando benção a todos. Em seguida, fiz uma pequena palestra sobre “Fotografia de Montanha”, onde passei algumas dicas de ouro para conseguir belas capturas. Para mim, foi muito gratificante ver a galera no dia seguinte, mostrando o resultado com base nas dicas que passei na noite anterior. Sinal de que o pessoal prestou atenção de verdade, mesmo depois de passar o dia escalando e ter matado um “pratão” de comida depois.

Foto: Paula Dariva.

Após a palestra aconteceu o tradicional sorteio de brindes dos apoiadores e o clássico bingo, onde sorteamos uma cadeira de camping que foi gentilmente doada pelo Rebit. O Rebit trocou a abertura da temporada capixaba pela abertura do Cipó (MG) e para não deixar passar em branco, passou numa loja de multimarca famosa que tem em Vila Velha e comprou uns brindes para ser sorteado no evento… Coisas do Rebit.

O domingo começou com outro ritual bastante consagrado, o café da manhã com a galera. O interessante é que nessa hora da manhã rola uma conversa mais papo-cabeça. Muitos projetos legais nasceram durante esses café da manhã e esse ano não foi diferente.

Depois do café foi a vez da professora Adriellen fazer uma aula de Yoga. Não sou praticante de Yoga, mas preciso confessar que aquele ambiente é mega-ultra-propício para a prática. Clima agradável, cachu no fundo e tudo isso cercado de muito verde. Inspirador!

Exposição fotográfica.
Hora do café!
Cara de fome.
Sempre conectado.
Prática de Yoga.
Foto oficial do evento!

Após isso, algumas pessoas foram desmontar a barraca para preparar o longo retorno à civilização, enquanto outros foram abrir o apetite (escalar) para poder almoçar sem peso na consciência. Eu fiquei no segundo grupo e subi com a galera para escalar numa das falésias que tenho um grande apreço, a Falésia do Furlan. Foi a primeira vez que vi tanta gente naquela pedra. Quando falo muita gente são 8 pessoas… Mas para quem estava acostumado a escalar com umas 2 a 3 pessoas aquilo foi lotação máxima. Ver tantas costuras nas vias foi muito legal e motivador. É claro que o espanco foi garantido. Tirando o Dante que mandou uma via no dia anterior, ninguém mandou nenhuma das 8 vias nos outros dias. E assim, a falésia continua com a fama.

Amaral provando um Café Doce.
Antônia botando em prática das dicas da palestra. Eu na Café Expresso (8c).
Felipe Sertã trabalhando a via Capuccino (9b).

Da minha parte, gostaria de agradecer a todos os patrocinadores e apoiadores que acreditaram no nosso trabalho. Também é imperativo agradecer a família Furlan que sempre nos recebe com muito carinho e atenção. Somos muito gratos por ter pessoas como eles em nossa volta. Agradecimento também a todos os participantes que estiveram presentes nos dois dias. Sei que muita gente fez um esforço tremendo para estar lá. Espero que da próxima vez venham com mais calma. Aliás, ano que vem tem mais!

Camiseta oficial do evento.

Neste ponto, gostaria de tecer algumas palavras que podem soar com um tom de desabafo. Desde o início, a Lu (cíola) e eu, com o apoio de outras pessoas, ficamos à frente da organização deste evento. E desde o ano passado temos observado uma tendência de declínio na participação da galera. O Encontro de Itarana no final do ano passado foi um evento que teve o menor quórum de todos os tempos. E, como esperado, a abertura desde ano foi igualmente o que teve a menor participação. Não sabemos exatamente qual o motivo para esta baixa demanda, mas o fato é que estamos passando por uma “fase de baixa”. Para quem trabalha na organização é muito frustrante, pois montar um evento, querendo ou não, exige dedicação e abrir mão de fazer outras coisas em detrimento à organização. É claro que ninguém é obrigado a participar, assim como nenhum de nós somos obrigados a trabalhar para isso. Fazemos isso por amor à camisa!

Quem sabe estamos diante de novos tempos, tempos de redes sociais, de amizade virtual, onde certos valores estão sendo alterados, mas o fato é que enquanto tiver motivação e estiver cercado de gente motivada, estaremos trabalhando para que esses e outros eventos aconteçam, pois ainda acreditamos que as grandes amizades nascem e se consolidam nas montanhas quando compartilhamos a mesma corda.

Um grande abraço e nos vemos na montanha!

Pico do Forno Grande.

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