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Apeninos trip

Lá por volta de 2010, quando começamos a desenvolver a parede de Apeninos em Castelo, sempre comentávamos que um dia tínhamos que ir lá só escalar, sem levar furadeira, e curtir um pouco o lugar… mas isso nunca aconteceu… Foi preciso esperar 14 anos para finalmente fazer isso no último feriado de Nossa Senhora da Penha.

Foram três dias de escalada sem compromisso, repetindo as vias clássicas e relembrando porque elas são clássicas, mesmo depois de 14 anos.

Éric trabalhando a via Terceira Faixa (7c)
Porko na via Castelo Ra Tim Bum (VI)

Para fechar com “chave de ouro” a estadia “curtição”, Porko, Eric e eu ficamos no Abrigo de Montanha de Apeninos- AMA, o primeiro abrigo de montanha do Espírito Santo que fica aos pés da pedra! Um luxo!

Abrigo de Montanha Apeninos.

Escalar com o Porko sempre é sinônimo de luxo e pouca escalada! Então o churrasco comeu solto! Não só na janta, mas também no almoço e quase no café da manhã.

Café da manhã.
Carne na brasa, ou no fogo?

Para não dizer que deixei a furadeira em casa, assim que os dois foram embora no domingo, conquistei uma via (projeto), à direita da via Contramão (7b), batizada de “Homem de 4 mil anos”. 

No sábado, enquanto me dirigia para Apeninos, dei um pulo na Gruta de Limoeiro que fica ali perto para conhecer o local. Na verdade, já tinha ido há 17 anos, mas agora o local ganhou mais infraestrutura e as visitas são guiadas. O guia Nícolas me apresentou a gruta e contou toda história do local, inclusive sobre a descoberta dos restos mortais de um indígeno da idade antiga, datado em 4 mil anos. Achei aquilo incrível, então resolvi fazer essa pequena homagem ao antigo morador da região.

Gruta do Limoeiro.

Já na segunda-feira, foi feriado estadual, conquistei uma via à esquerda do setor 4×4. Havia visto essa linha na Abertura da Temporada do ano passado. A linha segue por um grande diedro em arco para direita e me pareceu bem óbvia e promissora. Resolvi conquistá-la em solitária e em artificial, aproveitando a fenda, mas assim que coloquei a terceira peça, um Totem Preto, ela sacou com o peso porque a rocha se esfarelou e tomei um voo. Parei num Totem Amarelo e acabei machucando um pouco o joelho no impacto. Por causa desse incidente, no mínimo aterrorizador, batizei a via de “Joelho de Porco”. A via ficou Ok, a rocha é um pouco decomposta, mas diria que ficou interessante. Bati algumas chapas para melhorar a proteção, mas a via requer complemento com peças pequenas (até #.75).

Apeninos no primeiro plano e o Forno Grande ao fundo.

Assim que desci da via, visualizei uma linha à direita com potencial para ser uma escalada bem agradável. Bati as chapas e logo em seguida o Xerxes e a Lu apareceram no setor para prová-la. A via ficou ótima, mas a saída acabou destoando um pouco, por isso foi batizada de “A saída te condena”. O lance não foi isolado, mas deve ser um 7a. 

Lu trabalhando o projeto “A saída te condena”.

Na longa volta para Vitória, ainda passei novamente na região de Limoeiro para conferir o potencial para novas vias numa montanha que, no mínimo, é diferente geologicamente. Fico impressionado como tem pedra nesse lugar, um verdadeiro paraíso para quem gosta de conquistar!

Montanhas de Castelo, essa pedra tem pontencial!

Daqui a duas semanas estarei de volta, agora para Abertura da Temporada de Escalada, um evento super clássico do calendário capixaba. Espero que o São Pedro nos envie um pouco de frio, porque o calor está complicado por aqui!

Forno Grande ao amanhecer

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