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Biririca, pico novo na área

Semanas atrás, o escalador de Aracruz, o André “Tesourinho” me mandou uma foto de uma parede que ele achou na região de Biririca, Fundão, durante suas pedaladas pela região.

A primeira vista, a parede parecia um mini Cookies Cliff de Yosemite. Parede vertical com uma fenda no lado da outra. Parecia bem promissora! 

No último domingo fui com o Tesourinho conferir esse setor. Catei todos os móveis do meu rack e subimos pesados na expectativa de encontrar mais um pote de ouro! Mas antes, fomos procurar os donos das terras. Abordamos um carro e fomos avisados que o proprietário morava em Vitória, e que o sítio ficava lá no alto do morro, nos apontando para um sítio na “casa do chapéu”. Fomos lá e por sorte encontramos o dono, mas logo ele falou que aquela parte não era dele. Sugeriu que falássemos com uma pessoa que mora na base do vale. Fomos lá, mas percebemos que o morador é tipo um ermitão. Não encontramos a pessoa, então decidimos dar um pulo na parede.

Parede de Biririca. Foto: André

Assim que chegamos na base descobrimos que metade das fendas eram fendas largas e sujas e a outra metade eram fendas embrionárias desconectadas que não cabiam peças. Tchau tchau pote de ouro…

Abrindo a trilha “diretíssima”!
Chuva a caminho! Essa passou raspando e pegou a galera de Calogi. Ao fundo é possível ver o mar.

Passado o momento de frustração começamos a olhar a parte sem as fendas e logo vimos que a parede teria algum potencial. O “tiro de minerva” seria fazer um rapel para ver a qualidade das agarras, principalmente no negativo.

Assim, subi pela lateral e montei um rapel na melhor linha da parede. Na parte de cima a parede é desprovida de agarras, mas da metade para baixo as agarras aparecem, embora várias sejam lacas. Desci e gostei do que vi. Então resolvemos equipar o máximo que desse com as 12 chapas que tínhamos levado. Assim nasceram 3 projetos: um independente pela direita que acaba no platô (Coruja Branca) com potencial para estender mais pela aresta lisa no futuro; e uma linha a esquerda passando no meio de duas concreções calcárias (!!!!!) até o início de um grande diedro. A segunda parte dessa via transcorre por esse diedro até uma parada mais acima, totalizando uns 25m de escalada. Essa já é uma gema da escalada de Biririca que mistura a potência da escalada esportiva com a técnica da escalada tradicional em fenda. 

Setor Biririca com suas fendas rasas. Foto: André.
Equipando a via “Coruja Branca”. Foto: André.
As concreções da via “Chorreira”.

A Parede não será um novo Calogi, mas tem potencial para umas 10 vias com dificuldade mediana (7o e 8o). A vantagem desse mini setor é que fica a apenas 1h de Vitória (99% em asfalto e sem pedágio) com sombra pela manhã e início da tarde no inverno e aproximação de uns 5 minutos.

Vista aérea do Setor.

Por hora nenhuma via está liberada, pois ainda precisa receber alguns reforços de Sika e adição de chapas extras. Do jeito que essa temporada anda molhada para tradis, com certeza vai sobrar tempo para investir nesse setor até o verão.

Lembrando que essa conquista foi subsidiada com material de conquista da ACE.

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