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Caranguejo Rock n Roll, 1a repetição

No último feriado de Corpus Christi, Rodrigo e eu realizamos a 1a repetição da via “Caranguejo Rock’n Roll” em Itarana.

Essa via foi conquista por mim e “Chuck” em outubro do ano passado, já bem no final da temporada. Por isso, a 1a repetição acabou demorando um pouco.

Para ler mais sobre a 1a investida da conquista clique aqui e aqui para ler a 2a.

O objetivo principal dessa repetição foi, além de repetir, tentar liberar as duas enfiadas que ainda estavam pendentes (7a e 8a).

A escalada

Saímos de Vitoria por volta das 5h30 da manhã e chegamos na base da via às 8h30. Por conta do feriado, pegamos mais trânsito do que a média. Além disso, penamos mais na aproximação por conta do mato alto. No início da temporada o mato sempre fica mais alto.

Iniciamos a escalada às 9h com Rodrigo na ponta da corda até a P4.

Rodrigo na saída da 3a enfiada.

A 4a enfiada tinha sido graduada em VI, mas o Rodrigo achou que V SUP fosse mais coerente e a enfiada foi decotada. Com isso, a próxima enfiada, a 5a, graduada em VI SUP, também desceu um grau, VI. De fato, dessa vez achei bem mais fácil passar o lance.

Rodrigo na 5a enfiada.

Na 6a enfiada o Rodrigo assumiu a ponta novamente e tocou a enfiada mista de 30m. Devido às chuvas, o mato voltou a crescer e a fenda estava bem suja.

A 7a enfiada é, sem dúvida, o crux da via. A enfiada não foi liberada na conquista e ficou faltando livrar um lance de uns 2m, já bem no final, trecho do A0.

Entrei na gama de liberar na 1a entrada, mas logo descobri, ou lembrei, que na conquista passei uns lances em artificial, o que me custou alguns gritos extras. Depois disso acabei caindo num lance de aderência, fora do crux, porque um pé quebrou. Mesmo não valendo mais nada fui para isolar o crux final, mas não consegui passar em livre e roubei a passada.

Rocha duvidosa
Cristal maldito!
Queda!

Enquanto o Rodrigo vinha de 2a nessa enfiada, notei que a chapeleta do crux estava solta. Provavelmente quando cai, a chapa deu uma soltada. A medida que ele vinha subindo, com o movimento da corda, a porca ia soltando aos poucos. Tentei recolher a corda sem fazer muito alarde, mas não consegui, a certa altura, a porca se soltou e se perdeu parede abaixo. A chapeleta ficou na costura e o crux ficou desprotegido para o Rodrigo.

Não sei se alguém vai voltar nessa via, mas importante deixar avisado que o crux está sem a chapa. Quem for lá precisa levar uma arruela, porca e chapeleta de inox! Além de uma chave 14 ou 15. Parabolt de 3/8.

A enfiada seguinte, a 8a, é a cereja do bolo da via. Uma enfiada de uns 25m toda em móvel por uma fenda em arco. Segundo o Rodrigo, é o Great Roof Capixaba! Essa enfiada também não tinha sido liberada na conquista, então catei as peças e fui na missão! Dessa vez a enfiada saiu bem de boa. Acho que V SUP seja bem coerente. A dificuldade da enfiada está mais em colocar as peças no trecho horizontal, onde o guia poderá ter dificuldade para ver a colocação se escalar de invertida. O beta é escalar com os pés bem baixo e ir entalando os dedos, assim tem maior controle nas colocações, mas é preciso ter as manhas dos entalamentos de dedo.

Estudando a 8a enfiada.

A última enfiada foi um protocolo e por volta das 14h, após 5h de escalada batemos no cume.

Dali baixamos e às 16h já estávamos no carro novamente.

Por 2m, a via não foi totalmente liberada. Continuo pensando em como resolver esse lance. Pensei em quebrar a 7a enfiada em 2 para facilitar o lance do boulder, há dois platôs bem confortáveis antes da travessia. Também pensei em mudar o traçado, buscando uma linha melhor, mas tudo isso vai requerer mais uma investida.

Por ora, estou assimilando o aprendizado e pensando numa estratégia futura. Além disso, terei que dissuadir alguém para me acompanhar. O Rodrigo já disse que não voltará lá tão cedo, hahahahah!

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