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Carnaval pelo Sul

Como de praxe, no feriado de Carnaval, Paula e eu descermos para nossa querência, o Rio Grande do Sul. 

Após semanas de muito calor, com termômetro passando facilmente a casa dos 30 graus, uma massa de ar fria atípica entrou no estado despencando a temperatura e trazendo boas condições para escalada em pleno verão gaúcho.

Originalmente, a minha ideia era escalar na Gruta ou Noel Rocks que são picos clássicos de verão e que no carnaval sempre recebem muitos escaladores, mas com essa janela que estava prometendo mínimas abaixo de dois dígitos, Tiagão e eu resolvemos ir à Linha Brasil, um pico de inverno. Nem nos meus sonhos imaginaria que iria para lá no verão devido ao calor, mas com essa promessa de frio, a ideia ficou tentadora.

Entardecer na região.

No primeiro dia entramos num dos melhores 8c’s da região, Acácia Negra, uma escalada bem tricky de uns 25m. Já tinham de falado da qualidade dessa via, e também posso atestar que a via é ótima, principalmente para quem aprecia esse tipo de escalada. Para mim que estou acostumado com o estilo Calogi estava bem à vontade, mas não consegui passar de 1a, tive que dar uma segunda entrada para anotar a via. Para mim, o 8c à vista é uma barreira. Segundo a minha planilha tenho menos de 10% de chance para mandar um 8c à vista. E como o grau de lá é mais duro, sabia que teria menos chance ainda.

Gráfico de estilo de ascensão por graduação.

À noite, congelei na casa do Ramiro, Fê e pequeno Martin que fica na base da pedra. Juntamente com a Lais, Edu e Luzzi fizemos um autêntico churrasco gaúcho! 

No dia seguinte, a temperatura estava mais amena, mas ainda assim as condições estavam ótimas.

Como o Tiagão e o Luzzi tinham pendências equipadas voltamos novamente ao setor naquela pegada preguiçosa pós-churra.

Aproveitei as costuras e a porteira aberta pelo Luzzi e entrei na Spinning Baby, outro 8c, mas dessa vez a bloc. Essa via lembra um pouco mais as vias de Uliana, onde você faz uma burocracia, nesse caso um 7a, entra num descanso e depois finaliza num boulder (V4). É um estilo fácil e difícil ao mesmo tempo de avistar. Mais uma vez franguei no à vista e tive que dar um segundo giro para fazer a cadena até a primeira parada.

Daniel Luzzi na Spinning Baby.
Foto: Eduardo Kavaliunas.

Depois, o Tiagão entrou mais algumas vezes no projeto, mas a cadena ficou para próxima.

Ainda no domingo fomos revisitar o Setor das Paredes Grandes onde, mais recentemente, a turma tem concentrado os esforços. Para mim, revisitar a parede foi como voltar no tempo e me trouxe à tona algumas lembranças da última vez que estive nessa parede em 2005 quando repeti a via “Ferrovia” (7a) em solitária. 

Parede Grande.

Agradecimentos a Ramiro e família pelo convite, ao Tiagão pela parceria de sempre e aos jovens Edu, Luzzi e Lais pelas horas de conversa sobre Universo, escalada e culinária!

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