Rapelando da Pedra Pontuda, Castelo – ES.
No última final de semana, tivemos aqui no estado (ES) um acidente onde um escalador, durante o rapel, passou do final da corda e acabou caindo de uma altura de aproximadamente 10m sofrendo algumas fraturas e traumas.
Não tenho a menor pretensão de julgar o ocorrido, nem fazer uma análise do acidente, pois não estive presente no ocorrido. Tudo que sei vem de terceiros, então fica complicado falar qualquer coisa.
O objetivo aqui é apenas fazer um reforço de segurança sobre o assunto.
Normalmente, um dia de escalada acaba com um rapel (ou vários), seja descendo de uma montanha ou desequipando uma via. É a hora crítica, quando o cansaço do dia chega, o vontade de ir embora aumenta e acabamos nos descuidando de alguns detalhes que fazem a diferença.
Todo mundo sabe que o rapel é o momento mais delicado de uma escalada, pois durante esse procedimento estamos 100% dependentes dos equipamentos e da correta aplicação das técnicas. É totalmente diferente da escalada, onde você depende de você mesmo para ir subindo.
Batendo em retirada da via Garganta Seca (6o) – Três Pontões – Afonso Cláudio, ES.
Então segue abaixo algumas dicas de ouro para sair vivo da montanha com segurança.
Estado das paradas
1- Confira sempre o estado geral da parada. Eu já vi paradas perfeitas a primeira vista que depois se revelaram mortais.
2- Em vias com malha rápida, confira se a “rosca” está fechada e se não há desgaste excessivo por atrito.
3- Em vias com fita de abandono, sempre substitua a antiga por um fita nova. Remova a fita antiga com um canivete (é para isso que serve!) e coloque uma nova.
4- Não tenha dó do seu equipamento. Se for preciso deixar um mosquetão para trás para aumentar a segurança, faça sem pestanejar! A sua vida vale muito mais do que um mosquetão velho. Por isso, eu sempre levo alguns mosquetões de desapego para as vias.
5- Se a parada estiver suspeita, faça backup. Nem que para isso seja necessário abandonar material. Mais uma vez, a sua vida vale mais do que 2m de fita.
Procedimento de rapel
1- Entre descer de “baldinho” e rapelar, eu sempre prefiro o “baldinho” porque é um procedimento mais simples e com menos chance de erro. É claro que você precisa dominar a técnica de “limpar a parada”.
Fonte: Climbing.com
2- Durante o rapel, a palavra de ordem é backup! Use sempre backup durante o rapel. Nem que seja o seu colega de cordada segurando a corda na base. Eu particularmente gosto de usar essa técnica:
Fonte: Petzl.
A vantagem é que quando paro por algum motivo durante o rapel e depois volto a descer, o autoblocante “destrava” mais fácil. Serve muito bem também para quando for atacado por abelha/marimbondo!!!! A desvantagem é que se eu precisar voltar a subir pela corda, preciso montar um novo sistema. Sabe quando desce pelo lugar errado?!
2- Sempre deixe um nó no final da corda. E na hora de puxar a corda certifique de que o nó tenha sido desfeito. Quem nunca…
3- Muito cuidado com as marcas de meio. Pontas podem ser cortadas deixando descentralizadas, assim como o tradicional esparadrapo também podem se deslocar com o uso.
4- E por fim, sempre confira sistema de rapel do seu colega, a segurança dele também é sua responsabilidade!
Boas escaladas!