Às vezes, alguns (poucos) leitores me perguntam que equipamento uso para fazer uma determinada foto ou que câmera uso para fotografar.
Não sou nenhum profissional da área, levo a fotografia como um hobby, e também não tenho cacife para ficar dando consultoria técnica. Então, o texto abaixo é só um atrevimento da minha parte. Se eu falar alguma besteira muito grande, lá embaixo tem um campo para comentários!
Dito isso, ai vai a lista com uma pequena descrição dos equipamentos que tenho usado para fazer as fotos!
Objetivas
Atualmente fotografo usando apenas objetivas fixas (primes). Comecei usando as zooms (18-55mm f/3.5-5.6G VR e 55-200mm f/4-5.6G IF-ED), mas com o tempo cai nos encantos das primes. Em parte, inspirado no trabalho do fotógrafo Tim Kemple.
A eterna discussão prime versus zoom vai ficar para uma outra oportunidade.
Dentre as primes, as lentes abaixo descritas não são as top de linha da Nikon, são todas objetivas mais antigas, da década de 80 e 90, mas nem por isso deixam de ser lentes ruins. As vantagens das objetivas antigas em relação às novas estão no preço e no peso. Dois aspectos que são importantes para mim, pois normalmente carrego, além do equipamento fotográfico, muito equipamento de escalada e o meu bolso também não é muito recheado de níquel.
Nikon 20mm f/2.8D – Essa é a minha objetiva preferida para fotos de paisagem e escalada com primeiro plano dramático. Para foto de paisagem há objetivas melhores no mercado, com distância focal menor, mas em termos de preço e peso, não há outra igual. Outra vantagem dessa objetiva é a abertura 2.8, coisa difícil de encontrar em outras objetivas mais “baratas”. Embora a nitidez não seja das melhores em 2.8, dá para fazer fotos bem criativas explorando essa vantagem. Além disso, ela é muito boa para fazer foto noturna, das estrelas.
Nikon D600 + objetiva 20mm. Composição clássica em 3 planos (pessoas, montanha e sol) explorando a vantagem da grande angular.
Felipe Alves buscando um regletinho na via Avalanche (9c), Calogi. Grande angular com abertura máxima em f/2.8 para focar o detalhe da mão.
Foto noturna da Via Láctea em Caçapava do Sul, RS. f/2.8, ISO 1600, 30 seg. + tripé + disparador à cabo. Explorando a abertura de f/2.8 para tirar vantagem nas fotos noturnas.
Nikon 35mm 2 D– Quando comprei essa objetiva buscava uma lente fixa que atendesse a maior gama possível. Se tivesse que sair de casa com apenas uma fixa, qual seria? Seria a 35mm! Realmente, a objetiva é muito prática. Para os amantes da fotografia de rua, a 35mm é a grande queridinha (Há quem diga que seja a 28mm ou ainda a 50mm). É bem o meio-termo entre a 20mm e a 50mm.
Atualmente ela está mais na gaveta do que na câmera porque estou usando muito a Fuji X100s, como uma segunda câmera, que vem com uma 23mm (equivalente a 35mm em FF).
Nikon 35mm f/2.
Nikon 50mm 1.8 D – A minha preferida! Objetiva pequena, leve (157g), simples e extremamente eficiente! E o melhor de tudo, faz fotos incríveis! Paguei uns U$ 100,00 por ela no aeroporto de Amsterdã, uma verdadeira mixaria quando comparada com qualquer outra objetiva. É a lente que sempre fica na câmera. Sempre começo com ela e depois vou passando para as outras. Gosto muito de trabalhar em 2.8, embora acertar o foco seja mais difícil. Também gosto de usar ela para foto de paisagem, pois sai um pouco daquela composição batida em 3 planos com a 20mm. E o melhor de tudo, cabe em qualquer bolso da calça. Outra coisa que gosto muito nela é que os elementos de vidro são bem pequenos e ficam bem protegidos. Por isso é uma objetiva que a lente dificilmente suja e consequentemente exige pouca limpeza.
Chuck Nóia escalando em Venda Nova do Imigrante. Objetiva 50mm em ação!
Half Dome com a 50mm.
Nikon 85mm 2.8 AF-D – Distância focal preferida dos retratistas. Comprei usada de um carioca. É uma lente grande, volumosa e pesada. Por isso, costura ficar muito tempo na gaveta, mas ultimamente ando fazendo um esforço para explorar mais ela. Outro motivo dela ficar na gaveta é que não gosto muito as cores que ela entrega. As cores são muito lavadas (em RAW) quando comparadas com a 50mm, mas é um objetiva muito boa. Só acho que eu não sei tirar bom proveito dela!
Nikon 180mm 2.8 AF-D – Trambolho master! A minha objetiva mais pesada do meu kit (750g). Mas é a minha melhor opção para fazer foto de vida selvagem. Poderia ter uma 300mm ou 400mm, mas por limitação de bolso não tenho. Além do mais, não é o meu foco. Quando consigo acertar o foco em 2.8 faz fotos incríveis. Em aberturas mais fechadas, quase sempre preciso de um tripé para compensar a baixa velocidade. Também tenho usado para fazer fotos de escalada e tenho obtido bons resultados.
Pinus fotografado do alto da montanha em Tuolumne com a 180mm.
Caio Afeto escalando em Calogi. Fotografado do chão com a 180mm.
Pássaro no Hawaii. 180mm para conseguir dar um close.
Câmeras
Nikon D600 – Minha atual câmera que uso com as lentes descritas. É uma câmera FX de 24 megapixels. Atualmente, já está fora de linha e foi substituída pela D610. Essa é aquela câmera que tem problema de óleo no sensor. A minha também teve esse problema após 2 anos de uso. Começou a respingar muito óleo no sensor a ponto de ter mais de 50 pontos visíveis, principalmente a f/8 – f/11. Em vez de mandar para assistência, comprei um produto de limpeza de sensor e fiz a limpeza em casa. Agora ela está funcionando perfeitamente, sem sujeira. No mais é uma grande câmera!
Fuji x100s – Aquisição recente depois de carregar muito peso e sentir necessidade de uma segunda câmera mais leve. Essa câmera tem muitas virtudes: tamanho reduzido, lente prime, mirrorless, qualidade óptica, arquivo em RAW, tamanho do sensor, visual retrô… E assim vai. Também é a câmera oficial para levar parede acima nas escaladas longas. Guardo ela dentro de uma bolsa que vai presa na cadeirinha e mando bala!
Com o passar do tempo, descobri que ela tem alguns “problemas operacionais”, principalmente com os botões e dials que teimam em girar durante o manuseio. O botão de compensação é o campeão!
Fora da parede, gosto do visual discreto. Ela chama menos atenção que a D600 e também é menos intimidadora. Às vezes, algumas pessoas se sentem intimidadas com um trambolhão desses na cara.
Na verdade tenho um review rascunhado sobre essa câmera, mas a preguiça não permite dar aquela finalizada esperta. Um dia sai!
Tempestade a caminho. Capturada com a x100s apoiada no haulbag.
Afeto na via K-olho, Pico 17 de Julho. Capturada com a x100s.
Paris ao entardecer com x100s.
Flash
Uso basicamente um flash Nikon SB-600. É um flash bem simples, mas que atente bem as minhas necessidades. Em 99% das vezes uso off-camera. Uso um Pocket Wizzard para fazer a ponto com a câmera. Também tenho algumas sombrinhas e softboxs, mas em ambiente externo não tenho usado por causa do peso extra para carregá-las (leia-se, preguiça).
Felipe Alves num boulder em Meaípe, Guarapari. D600+20mm com flash off-camera posicionado no canto inferior esquerdo e acionado remotamente.
Tripé
Tenho usado 3 tripés, de acordo com as minhas necessidades, leia-se preguiça de carregar peso! A mais pesada é um Manfrotto 055 de aço com uma cabeça Serie 55. Esse conjunto é muito bom e prático, mas tem o inconveniente de ser muito pesado. Por isso, recentemente adquiri um tripé mais leve, uma Manfrotto Befree. Esse sim, é mais leve, mas em compensação não é tão prático assim quanto a 055. Para viagens longas onde cada grama de peso conta no final, um tripé um pouco mais leve conta no final do dia.
O terceiro tripé é um Gorillapod da Joby. É um tripé muito quebra galho mesmo. Uso ele muito mais para fixar o flash remoto em árvore ou estabilizar numa pedra do que como um tripé propriamente dito.
Cartão de Memória
Basicamente tenho alguns cartões de memória da Scan Disk em diversos tamanhos (4-32Mb) com diversas velocidades de gravação. Essencialmente uso a regra da redundância, principalmente nas viagens: tento fotografar em diversos cartões. Caso um der erro, não vou perder todas as fotos de uma viagem, assim consigo minimizar a perda. A D600 tem 2 slots para cartão, então sempre uso o segundo slot como backup do outro. Assim consigo minimizar mais um pouco qualquer perda. A desvantagem em tanta redundância está no fato de ter que carregar mais cartões e saber gerenciar tudo isso durante a viagem, mas nada que um pouco de organização não possa resolve-la.
Acessórios
Além disso levo alguns acessórios de limpeza (Lenspen, Sensorklear, lenço de arroz e “blower”). De filtro tenho um polarizador, mas não tenho usado com muita frequência. Não uso nenhum tipo de filtro UV para proteger a lente.
Para foto de paisagem uso um filtro graduado de 3 pontos com suporte da Lee.
Também, para fotografia de paisagem e noturna, uso um disparador à cabo da própria Nikon que ajuda quando se quer máxima qualidade na foto. Além disso é muito cômodo fotografar com um disparador.
Fireworks fotografado com disparador.
Bolsas/Mochilas
Para levar tudo, uso uma Lowepro Photo Hatchback AW de 16L. É uma mochila bem discreta que nem parece que estou carregando equipamento fotográfico nela. A mochila é bipartida com um compartimento superior para levar equipamentos não-fotográfico e um compartimento inferior para levar o corpo e as lentes. Além disso tem um bolso frontal onde cabe um mini-ipad e dois bolsos laterais para garrafinha d´água.
De bolsa, tenho usado a Lowepro Stealth Reporter 400W. Essa sim é uma bolsa que dá na cara que estou carregando muito equipamento fotográfico, mas é uma bolsa muito prática onde consigo levar tudo e tenho acesso rápido às coisas. Como é uma bolsa de alça, carrega-la o dia inteiro é bem cansativo, por isso uso ela somente quando sei que não precisarei ficar carregando por muito tempo.
Quando preciso de uma bolsa mais discreta e preciso levar menos equipamento, uso uma Lowepro Classified 140 AW. Na propaganda dela diz que fizeram essa bolsa com o propósito de ser discreta e não parecer que ali dentro tem uma câmera. Nesse modelo consigo levar o corpo mais uma lente, mais duas objetivas e um flash ou a 180mm.
E quando quero levar menos peso ainda, uso uma Lowepro Rezo 140 W, uma bolsa pequena, mas que cabe o corpo com a 50mm, mais a 20mm e a 85mm. É uma bolsa ótima porque cabe muita coisa de forma bem compacta! A única desvantagem dela são as presilhas de plástico que parecem ser frágeis, por isso fiz um pequeno backup com um cordelete só para garantir, vai que…
Processamento e edição
Atualmente todas as minhas fotos são gerenciadas usando o Lightroom 5, rodo ele num Macbook Pro de 15″. Também faço backup regulares em dois HD´s externo mais um backup automático nas nuvens (Google Drive de 1T). Com isso tenho uma mesma foto em 5 lugares diferentes! Pode parecer exagero, mas já perdi muito foto nessa vida que me arrependo até hoje!
Em poucas palavras é isso que tenho usado para registrar as minha andanças por ae! Qualquer dúvida, use campo abaixo!