Pesquisar
Close this search box.

Super Trunfo e outras “cositas más”

Este post é uma continuação do post “Criança chora mãe não vê”, sobre a conquista numa pedra sem nome em João Neiva. Caso não tenha lido, recomendo começar por lá.

Ah, entre a primeira investida e a de domingo, o “Tesourinho” descobriu que o nome da localidade se chama “Bela Vista”. Assim batizamos a pedra de “Pedra Bela Vista”.

Super Trunfo

Para quem não sabe, ou para quem é novo, Super Trunfo é o nome de um jogo de cartas que fez bastante sucesso na década de 80 (?). Consiste basicamente em tomar todas as cartas dos outros participantes por meio de escolhas de características de cada carta. E dentre as cartas, há uma carta chamada “Super Trunfo” que é a carta máxima, com poder absoluto sobre todas as outras.

Pedra Bela Vista.

Naquela investida desci da parede com um misto de não querer mais saber da via e querer voltar para terminar. Uma estranha relação de amor e ódio. Mas no fim ganhou a vontade de terminar o que comecei. Posso não saber de todas as vias que abri, mas sei direitinho de todas as conquistas que deixei pendente.

Aproveitamos a melhor janela do ano para segunda investida. Passamos a semana acompanhando a chegada de uma frente polar que nos daria as melhores condições para entrar na parede, pois ela fica com a face voltada para norte com Sol o dia inteiro. E já tínhamos provado como o Sol era implacável ali!

Mesmo assim, entramos cedo na parede. Às 7h chegamos no estacionamento e às 8h começamos a escalada repetindo as 3 primeiras enfiadas. A meta era liberar as três enfiadas já conquistadas.

A primeira e a segunda saíram dentro do esperado, mas a 3a ficou pendente. Cai em 2 lances distintos, mas consegui isolar tudo.

Protegendo a travessia da 1a enfiada.
Tesourinho limpando a 2a enfiada.

Batemos a parada ao lado de uma chapa que tinha sido batida na 1a investida e ali estabelecemos a P3, no meio da parede, sem nenhum descanso para os pés. Terrível!

Segundo crux da 3a enfiada: transição de uma fenda para outra pela face da pedra.

A enfiada seguinte foi pura ralação para limpar uma fenda suja cheia de terra. Nem perdi tempo e fui em artificial para ganhar tempo.

Início da 4a enfiada. Tem um boulder na saída para buscar a 1a chapa.
Procurando um lugar para colocar uma peça.

Às 13h estabeleci a P4, ao fim da seção mais suja. A quinta enfiada era para ser a mais esperada de todas, pois de longe dava para ver que a fenda seria limpa e continua. Essa toquei em livre, tentando fazer o que chamam de “FA na conquista”, mas tive que desistir faltando uns 3m para o final porque fiquei sem peças… Valeu a peleia!

Chegamos na P5 às 14h. A P5 marca onde todas as fendas somem e uma parede vertical e lisa nos aguardava. Sob condições normais teríamos acabado a conquista ali, mas o “Tesourinho” teve a “brilhante” ideia de levar um livro de cume para cima e ali não tinha nenhum lugar para largar a maldita marmita. Então resolvemos tocar no liso até uma árvore que vimos à esquerda nos aventurando na aderência.

P5! Quase lá! Mais uma parada desconfortável!

“Decifrar” o crux da enfiada foi a parte mais divertida dessa parte. Um lance ao melhor estilo equilíbrio em nada nos levou a um platô descaído. A cereja do bolo ficou por conta de um “bote” de pé para ganhar um buraco. Parecia um daqueles boulders de campeonato, mas com a chapa abaixo dos pés.

Chegamos no “cume” às 15h30 e finalmente conseguimos sentar no chão. Passar o dia inteiro em paradas desconfortáveis foi de matar, então aquilo foi um grande alívio antes da descida.

Enfim um lugar plano para sentar!
Livro de cume!

Deixamos o livro de cume num platô e iniciamos a descida. Se não bastasse, o rapel também é desconfortável porque fica puxando para fora da via o tempo todo. Por isso é preciso fazer 3 rapéis curtos e um longo de 55m.

Último rapel da P3 para o chão!

Desci da via com a alma inquieta novamente. Agora quero voltar novamente para escalar e liberar a via. Não sei se me garanto tocar de primeira, mas é um desafio interessante. Também é preciso boas condições para escalar na sombra e levar mais algumas peças extras, pois as proteções são bem constantes.

Sobre o nome da via! Enquanto conquistávamos a via, o “Tesourinho” ficava falando:

– Hein, se ficar difícil e não conseguir passar, pode me chamar que o Super Trunfo vai!

A piada pegou e o nome da via ficou Super Trunfo, em homenagem ao trunfo de Aracruz!

Para repetir a via recomendo: 1 corda de 70m; 3 jogos de Camalot do #.3 ao #4 e alguns micros também. Não precisa de nut, mas o saca nut será útil. E 6 costuras.

Cinco Pontões

Nesse mesmo dia, no “Filhote da Foca”, nos Cinco Pontões, o Zé Márcio e o Éric Penedo realizaram a 5a repetição da via Fiapo de Alambique com a Normal. Com isso, o Zé completou todos os cumes dos Cinco Pontões.

Mosquetão de Ouro

No dia anterior saiu o resultado do prêmio Mosquetão de Ouro no Rio de Janeiro e fomos agraciados na categoria Escalada com a repetição da Chaminé Brasília! Parabéns, Gustavo, Lívia e todos outros vencedores!

Comentários

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.