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FFA 9a e Soido

No último domingo, dia 28 de novembro, a escaladora capixaba Janaina Bastos realizou a primeira ascensão feminina da via “Batida Macabra” (9a) – Calogi, tornando se a primeira escaladora a mandar um nono grau em terras capixabas. Vale lembrar que esse não foi o primeiro nono da “Jana”, uma vez que ela já “debutou” na casa dos nonos este ano na Serra do Cipó (MG).

Segundo meus registros, a escaladora Diandra Pitella foi a primeira escaladora em terras capixabas a mandar um 8a em 2012 e quase 10 anos depois tivemos esse feito incrível da Jana com a via Batida Macabra.

A evolução na escalada é um processo lento e gradual que envolve muitas variáveis, mas com certeza o esforço e a dedicação pessoal são as chaves para o sucesso, não só na escalada, como em qualquer coisa na vida. Nos últimos tempos, a Jana vinha desprendendo muito tempo e esforço neste processo e tudo era uma questão combinação de fatores para que a cadena viesse.

A via “Batida Macabra” nasceu no final de 2010 e logo se tornou uma via famosa pela regletera que caracteriza o estilo de escalada. Ao longo dos anos, a via sofreu poucas alterações, sendo a mais expressiva a quebra de uma agarra em “chifre” no descanso antes do crux. A via também tem fama de “estampar” alguns escaladores, pois atrás da via há algumas árvores grandes que ficam muito perto do escalador. Ou seja, além de físico, há um fator psicológico na via.

Jana na via “Tempo de Chuva” (7b), Calogi – ES.

Soido

Semanas atrás saiu a notícia entre os escaladores sobre a “descoberta” de uma nova área de escalada com grande potencial para abertura de novas vias. E o melhor de tudo: que o local ficava numa área abrigada da chuva! Ou seja, perfeito para essa época do ano que faz Sol durante a semana e chuva no final de semana!

Como choveu no sábado, fui conhecer o pico com Eric, Lis, Alequinho e Nana.

O local batizado de “Gruta de Soido” fica no interior de Domingos Martins, na região serrana do Espírito Santo e foi descoberto pelo escalador Arthur “Mateiro” durante um passeio pela região.

A gruta é algo impressionante! De longe chama a atenção e de perto se mostra intimidadora. Naturalmente, como todos os 99% das grutas em granito é desprovida de agarras com vários trechos bem quebradiços, mas num cantinho da gruta, numa pequena faixa de rocha, Deus foi um pouco mais generoso e salpicou algumas agarras para nossa felicidade.

Até então o setor já contava com quatro vias, maioria projetos. Neste dia, equipei mais um projeto numa faixa de rocha branca à direita de todas as vias. Em termos geológicos, essa faixa branca é uma faixa de mistura de duas rochas que confere uma característica totalmente distinta da rocha envolta. Em outras palavras, lá tem agarras! Mesmo tendo agarras, a via não ficou muito fácil, imagino que seja um 8a.

Nesse mesmo dia, o Eric e o Lissandro mandaram a via Karma, um 7c bem técnico em abaulados. Coisa fina! E mais para o final do dia, mandei a Tiru-biro, uma variante de uma via equipada pela Alexandra que foge o boulder inicial e segue pela esquerda da faixa branca usando as tiru-biras.

Segue abaixo o croqui do setor.

Vale lembrar que a área de escalada está numa propriedade particular. Importante tomar muito cuidado ao estacionar o carro para não obstruir a passagem, pois praticamente não há vagas para estacionar o carro na beira da estrada.

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