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Tuolumne, fechando com chave-de-ouro

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Mais um dia que em Tuolumne.

Após a escalada do Cathedral Peak, nós continuamos com a adaptação provando uma série de vias ao longo dos dias subsequentes. Provamos as vias South Crack (5.8R) e West Country (5.7) no Stately Pleasure Dome aproveitando a paisagem magnífica e a aproximação ridícula de menos 5m. Ou simplesmente atravessar a rua. E também entramos na impressionante West Crack (5.9) do Daff Dome.

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Aproximação árdua, cansativa, extenuante… Afinal de conta, estamos de férias, merecemos! Stately Pleasure Dome.

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Murilo na 3a enfiada da via South Crack (5.8R), Stately Pleasure Dome. Atravessa a rua e começa a escalada! Nem parece escalada tradicional!

E para fechar a primeira parte da trip, antes de descer para o vale, resolvemos provar as nossas forças numa escalada mais audaciosa tecnicamente, a via escolhida foi a Regular Route do Fairview Dome, uma via de 300m com 12 enfiadas graduada em 5.9. Ah, mais adiante vou falar desses 5.9’s de Yosemite….

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Estudando o croqui para o dia seguinte. Ou você estuda, ou se ferra na vi(d)a.

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Fairview Dome, para fechar a nossa estadia em Tuolumne com chave de ouro! A via transcorre pela parte central da pedra.

Como de praxe, acordamos cedo para não pegar fila e ter uma boa margem de segurança para completar a via ainda de dia. Não lembro a hora que acordamos, mas acho que foi por volta das 5h. Tomamos o café da manhã e partimos ainda a noite para a base da via. Chegando lá, para a nossa surpresa já havia 5 pessoas na base da via! Chegando mais perto, vi que uma dupla esperava enquanto um dos trios escalava a primeira enfiada. Chegando mais perto ainda, vi que ninguém estava dando segurança para o primeiro. Olhei para cima para ver se alguém dava segue de cima e nada. Para o meu espanto, descobri que ele estava solando a via que iríamos entrar!!!!!

Enquanto o solador misterioso sumia pedra acima ficamos esperando na fila a nossa vez (a pior parte da trip, as filas). Já na primeira enfiada, o Murilo passou por um bom trecho venenoso que o solador passou com relativa facilidade. Na segunda enfiada, foi a minha vez de passar veneno e sentir a pressão das fendas. Enquanto lutava para me manter entalado na fenda lisa ficava imaginando o cara solando a via. E pensando, como ele passou por aqui?

Depois de algumas enfiadas a perder de vista, olhei para baixo para ver por onde andava a outra dupla de Brazucas, o Sandro e o Zé e vi uma outra dupla começando a via. Momentos depois, quando olhei novamente para baixo, vi os caras colarem no Sandro e Zé. Continuamos com a nossa escalada até a P8, onde o terreno ficou mais tranquilo e partimos em francesa dali para cima. Nesse instante, quando olhei para baixo vi um oriental colado em nós. Trocamos uma ideia, ele pediu passagem e sumiu pedra acima! Logo em seguida apareceu um segundo oriental à francesa na outra ponta da corda e também sumiu pedra acima. Tentei acompanhar eles à francesa, mas não teve jeito. Galo que acompanha pato, morre afogado! Os caras traçaram uma linha reta e simplesmente subiram, não interessava se era ruim, vertical, mal protegido… Eles sempre foram tocando reto enquanto eu andava em zig-zag evitando os trechos mais difíceis. Depois, o Sandro e o Zé falaram que eles estavam escalando à francesa desde a 3a enfiada!!!

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Cume!!!!

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Sandro mostrando o resultado das mãos após 12 enfiadas em 300m de fenda.

Já no cume eles vieram falar conosco porque uns deles arranhava um pouco de português e logo se foram porque eles ainda iam escalar uma outra via no dia!!!!!

E nós ficamos ali, curtindo a paisagem. E depois calçamos o chinelo da humildade e descemos a montanha. Feliz da vida por ter feito a via…

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Descida da Fairview Dome ao entardecer.

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Vida selvagem.

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Espuma. 

Continua…

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