3a edição do PAARE no Espírito Santo

Aconteceu na última semana, dias 23, 24, 26 e 27, a 3a edição do Curso de Prevenção de Acidente e Auto Resgate em Escalada – PAARE em Vitória, ministrado pelo escalador Ronaldo Franzen Jr., o Nativo (Marumby Montanhismo).

O Nativo é um escalador paranaense que faz parte da geração lendária do montanhismo brasileiro. Começou a escalar no final da década de 70 e segue escalando até hoje. Tem em seu currículo inúmeras conquistas no Paraná, além de ascensões importantes no maciço Fitz Roy e inúmeras expedições internacionais. Além disso, foi um dos fundadores do Corpo de Socorro de Montanha – COSMO, Paraná, criado em 1996.

O evento foi organizado pela Associação Capixaba de Escalada e teve 16 inscritos, dos quais dois eram do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo e mais dois membros do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer) – ES.

A parte teórica foi realizada na 4a e 5a a noite nas instalações do Corpo de Bombeiros de Vitória. Já a prática, aconteceu na academia Toca no sábado e domingo, totalizando 24h de curso.

Na parte teórica foi dado ênfase na parte de gestão de segurança, um aspecto que, muitas vezes, não damos o devido valor, mas que é de suma importância, não só para o sucesso da escalada, mas para segurança na montanha. Nessa parte, a troca de experiência entre os escaladores e o agrupamento de resgate foi muito enriquecedor, pois quando a coisa apertar para o nosso lado, serão eles que irão nos ajudar a sair da situação.

Aula teórica no Corpo de Bombeiros.

Já na parte prática, relembramos algumas técnicas básicas e aprendemos novos procedimentos de autorresgate com material improvisado. Sem dúvida, essa prática foi a tônica do curso, onde pudemos colocar a mão na massa e compreender, sob condições controladas, como é difícil realizar manobras simples com uma vítima.

Muro da Toca
Tudo começa com um nó blocante!
Exercício em dupla.

Achei o curso bem proveitoso, mesmo tendo quase 30 anos de escalada, sempre tem muito aprendizado envolvido. Afinal de contas, as técnicas evoluem, os equipamentos mudam e novos conhecimentos são agregados.

Ao longo desses dias de curso, o grande aprendizado que levo é que um acidente é o produto de uma sucessão de erros. E a melhor prevenção é saber reconhecer os erros nas fases iniciais para nunca ter um acidente, pois as práticas mostraram que lidar com as consequências sempre serão muito mais difíceis do que a prevenção.

Outro aspecto importante que aprendi realizando as práticas: improvisos com nós autoblocantes funcionam, mas um ascensor mecânico tem suas vantagens (praticidade e velocidade). Notei que em vários exercícios, se tivesse um Gri-gri e/ou um ascensor, resolveria o mesmo problema com muito mais agilidade e velocidade. Será que levar um Croll a mais seria levar muito peso? Sou muito fã dessa linha fast and light, mas será que essa é melhor estratégia para o nosso cenário?

Exercícios no muro da Toca.
Da teoria à prática: Foto: Samira.
Imobilizando a vítima.
Crux do curso!
O teatro faz parte do treinamento.
Quando a vítima não ajuda..
Nativo!

Por fim, gostaria de agradecer o Chuck que ficou a frente da organização do evento e ao Nativo por compartilhar importantes conhecimentos a toda comunidade ao longo desses anos!

Foto da turma. Foto: Samira.

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