Super Trunfo, 2a repetição

No último domingo, dia 28, Eric Penedo e eu realizamos a 2a repetição da via “Super Trunfo” na Pedra Bela Vista em João Neiva (ES).

Esta pedra foi descoberta pelo André “Tesourinho” e conquistada comigo em maio deste ano. Os relatos da conquista estão aqui e aqui!

A primeira repetição foi comigo e o Lissandro e o relato está aqui!

Já repetição de domingo seguiu basicamente a mesma estratégia da 1a repetição. Entramos na parede às 9h da manhã e terminamos a via às 15h 30.

Dessa vez testamos um acesso diferente, por Pendanga, cortando caminho por dentro e passando pela Parede da Sabedoria. Com isso ganhamos uns 30 minutos (80km em 1h30), mas, por outro lado, a orientação se mostrou bastante confusa.

A minha meta era liberar a 3a enfiada que na 1a repetição acabei caindo. Por isso, joguei toda “bomba” no colo do Eric que pegou 4 das 6 enfiadas.

1a enfiada: Enfiada da travessia no teto seguido de rocha podre. Eric. Com 1 parada, VI SUP.

2a enfiada: Enfiada de meio-corpo. Eric. Flash, V SUP.

3a enfiada: Fissura de dedo. Naoki. Red point, VII.

4a enfiada: Enfiada do crux na saída. Eric. Uma parada, VII (?).

5a enfiada: Enfiada vivendo o sonho. Eric. On sight, V SUP.

6a enfiada: Aderência. Naoki. Red point, VI.

Da minha parte fiquei muito feliz em liberar a 3a enfiada, pois desde a conquista sempre tive muita vontade de mandar sacando. Na 1a repetição acabei caindo, então tinha uma pressão extra para mandar nessa investida. Esse negócio de “esportiva de parede” tem uma certa pressão extra. É bem diferente de mandar uma esportiva normal, pois as oportunidades são mais escassas. Nessa via, por exemplo, sabia que se não fosse dessa vez provavelmente não teria outra chance tão cedo. Um, porque a temporada de parede está acabando e outra porque não é fácil convencer alguém para repetir a via.

Falando em condições, mais uma vez sofremos com o Sol na parede. No inverno, a partir das 9h da manhã, a via fica ao Sol até o final do dia, mas uma brisa nordeste ajudou a aliviar o calor, por outro lado, as nuvens não ajudaram.

Dica para repetição: entrar no inverno quando tiver um vento nordeste soprando com boa intensidade e nublado.

Falando em dicas, mais uma vez subimos muito leve. Não levamos nem tênis para o rapel. Além disso, içamos pela retinida uma pequena mochila com água a comida, assim nem o guia, nem o participante escalaram de mochila. Fica a dica!

Por parte do Eric, acho que ele se saiu muito bem. Mandou a 1a enfiada “choss” e depois a fenda de meio corpo “adventure”. Além disso, passou de segundo a 3a enfiada e depois tocou a 4a e a 5a.

Sobre a estética da via, eu já falei nos outros post’s, mas não custa fazer uma propaganda extra: na minha opinião, é uma das melhores vias de fenda do Espírito Santo, senão a melhor. Se tivesse que comparar essa com a “Kingline” de Pancas, diria que essa é uma escalada técnica com uma dose de condicionamento físico. Já a Kingline estaria mais para uma escalada de curtição com uma paisagem cênica!

Com essa repetição, todas as enfiadas foram liberadas. Agora, o próximo passo será a repetição integral, encadernado todas as enfiadas na mesma puxada. Capítulo para próxima temporada!