Brasileiros por Piedra Libre
Segue uma campanha bem legal organizada pela Rê e Endy para ajudar a Fundação Piedra Libre: Todos os anos, centenas de brasileiros passam pelo Cajon
Para entrar na Argentina, qualquer cidadão brasileiro precisa apresentar um passaporte válido ou a carteira de identidade com menos de 10 anos de expedição em bom estado de conservação (leia mais…). Documento com o plástico danificado pode ser negado na entrada, assim como documento com foto muito antiga. Vale lembrar que a CNH não é aceita.
Caso entre com a carteira de identidade será entregue na imigração um papel com os dados da entrada que precisa ser guardado até o final da viagem.
Este documento serve para dizer o dia que você entrou e o dia vai sair. Caso perca o papel há grande chance de pagar uma pequena multa.
Entre os dois documentos, se tiver o passaporte eletrônico, essa é a melhor opção por ser mais prático e rápido, principalmente nas filas. Há filas específicas para passaporte eletrônico no Brasil.
Não é necessário nenhum tipo de vacinação.
Do Brasil, há diversas formas de chegar a Arenales. A galera que mora na região Sul do Brasil costuma ir de carro percorrendo aproximadamente 2000km em dois dias de viagem.
A forma mais rápida é de avião. Há voos regulares do Rio de Janeiro e São Paulo para Mendoza na Argentina com conexão em Buenos Aires ou Santiago no Chile. A vantagem de fazer a conexão por Santiago é que normalmente não precisa trocar de aeroporto, pois por Buenos Aires há grande chance de trocar do Aeroporto Internacional Ezeiza para o Aeroparque. Esta troca costuma consumir 1h de viagem de ônibus (40km) a um custo de $200,00 (R$ 50,00 em 2016).
A partir de 2018, a LATAM inaugurou um voo direto de São Paulo para Mendoza com duração de apenas 3h.
Outras pessoas optam por um trajeto misto, voando até Santiago ou Buenos Aires e depois pegando um ônibus até Mendoza.
De Mendoza até Arenales também há algumas opções de acordo com o bolso e o tempo disponível. O mais comum, e barato, é pegar um ônibus de Mendoza até a cidade de Tunuyán (1h) e depois contratar um serviço privado para fazer o trecho final.
Este ônibus sai da rodoviária de Mendoza e é operado pela empresa CATA (portão ~ 50). Os ônibus saem a cada 15 minutos, mas as melhores linhas são as “Diferenciadas” que saem a cada hora e não para em nenhum ponto. O valor da passagem é de $100,00 (R$10,00 em 2018).
De Tunuyán, há dois onibus por dia para Manzano, saindo da própria rodoviária. O valor da passagem é de aproximadamente $56,00 (R$5,60 em 2018) e dura 1h.
Normalmente o pessoal contrata o Yagua, uma figura ímpar e bastante conhecida da galera por defender os interesses da área de escalada para fazer o trecho final de Manzano até Arenales (13km). Caso precise dos contatos dele, entre em contato comigo!
O mais prático e mais caro é contratar um serviço privado de transporte de Mendoza até o Cajón de Los Arenales. O próprio Yagua também faz esse serviço em parceria com alguns amigos. Além disso, algumas empresas de turismo de aventura em Mendoza também fazem esse translado.
Por uma questão de tempo, nós contratamos o serviço do Yagua desde Mendoza. Assim, no dia e hora combinado, o Pablo, amigo dele, foi até o nosso hotel e nos levou até Manzano Historico (130km em 1h30). Depois trocamos de carro e fizemos os últimos 13km (mais 1 h) de caminhonete.
Vale lembrar que na área do canyon não há sinal de celular, por isso é preciso deixar agendado com antecedência o transporte da volta.
Em Mendoza, a melhor forma de circular dentro da cidade com as mochilas pesadas é usando os taxis comuns (amarelo). Do aeroporto até o centro da cidade a corrida custa em média $160,00. Do centro até a rodoviária $ 50,00. Sempre no taxímetro.
A cidade de Mendoza é uma das principais cidades turísticas e importante polo econômico da Argentina, por isso há uma farta opção de hospedagem para todos os gostos e bolsos.
Em 2016, nós ficamos num hotel chamado Cordón Del Plata que fica na área central. É um Hotel 3 estrelas num prédio antigo com acomodações bem honestas. A hospedagem inclui café da manhã e internet. A vantagem desse hotel está na localização, pois fica perto do Mercado Central, supermercado, câmbio e das lojas de escalada. Além disso, na região do entorno há diversos restaurantes.
Em 2018, utilizamos o Airbnb e ficamos na região do centro novamente. Numa outra ocasião ficamos no Hostel Backpacker, também situado no centro e pagamos $350,00 a diária por pessoa (+ café da manhã) em quarto privativo com banheiro individual.
Na área do refúgio em Arenales (2850m), além do refúgio (que pertence ao Club Andino Tupungato) há algumas áreas de camping selvagem no entorno. Por ser uma região de relevo acidentado, não há muita área plana. Além disso, algumas áreas aparentemente boas podem alagar depois da chuva e com a chegada do verão (degelo).
O refúgio pode ser usado por qualquer pessoa para dormir na parte superior de graça. A desvantagem é que o local, às vezes, se encontra bastante sujo. A limpeza é por conta dos próprios usuários. Além disso, nos períodos de alta temporada e finais de semana, costuma ficar bastante lotado. Na parte inferior, onde fica a área de convivência e cozinha, costuma molhar todo o chão quando chove, por isso não é uma boa opção jogar o isolante no chão caso haja chance de chuva.
Além da área do refúgio, há outras áreas de camping junto à estrada que dá acesso. No novo guia de escalada há indicações dessas áreas, mas para quem deseja escalar no filé de Arenales, a área do refúgio ainda é a melhor opção.
Outro aspecto importante sobre o refúgio e as áreas de camping é que todos os alimentos precisam ficar suspensos ou guardados em caixas de estanque por causa dos roedores. Não é recomendado deixar comida dentro da barraca ou nas mochilas, pois os bichinhos costumam cortar o tecido para chegar na comida.
Do estacionamento (ou ponte), onde o carro consegue chegar até o refúgio são 1km de caminhada em aclive suave, consumindo uns 20 min de caminhada com as mochilas carregadas e 15 min na descida.
A moeda oficial na Argentina é o Peso Argentino. Atualmente (2016) o país enfrenta uma grave crise econômica, com uma inflação anual na ordem de 25% para o primeiro semestre deste ano (dados não confiáveis).
Na época em que fomos, U$1,00 estava valendo $ 16,00. Algo como R$1,00 igual a $4,00. Na média, o preço das coisas não variam muito em relação ao Brasil.
Atualizado: em 2018, U$1,00 estava valendo $38,00. Algo como R$ 1,00 igual a $10,00.
Em Mendoza, a zona de câmbio fica na Av. San Martin na altura da Rua Catamarca. Há tanto a casa de câmbio oficial quanto não-oficial.
Entre levar Dólar e Real levamos Dólar, mas as casas de câmbio aceitam tranquilamente o Real. No Brasil, não vale a pena comprar Peso, mas é uma boa ideia levar um pouco de Peso para usar na chegada (taxi, lanche…). No aeroporto há casa de câmbio, mas não funciona aos domingos, por exemplo.
Para comprar os suprimentos necessários, a melhor opção é fazer tudo em Mendoza por ser uma cidade grande.
O Mercado Central é uma ótima opção para comprar granolas e cereais à granel, assim como queijos e embutidos.
Na área do Mercado Central também há um Carrefour (Av. Las Heras 316) que supre bem as necessidades.
Na Av. Belgrano com a Av. Las Heras, há um Carrfour que não fecha na hora da “ciesta” e nem aos domingos.
Ao lado da rodoviária de Tunuyán, há um pequeno horti-fruti com uma boa opção de produtos frescos.
Na região de Manzano Historico (13km de Arenales) há pequenas vendas com o básico.
Como a nossa estadia seria curta, apenas 2 semanas, levamos bastante comida liofilizada da marca Liofood do Brasil. Embora nas lojas de montanha de Mendoza também haja oferta desse tipo de produto.
A água do rio que corta o cajón é potável, por isso é muito importante que seja usada de forma racional.
Nós levamos um filtro e algumas pastilhas de cloro para uma eventualidade, mas não foi preciso recorrer a esses métodos.
Em Mendoza há pelo menos uma meia dúzia de loja de montanha que oferece o básico a preços não módicos. É uma opção caso tenha esquecido algum equipamento básico, ou precise substituir algum item danificado.
Nós basicamente estávamos em busca de refil de gás para o fogareiro. Coisa que encontramos facilmente a preços compatíveis. Em 2018 pagamos $480,00 por um cartucho grande.
De todas as lojas de escalada, a melhor é a “El Refugio Aconcagua Mountain” que fica na Espejo número 500, perto da Plaza Independencia.
Para comprar algum indumentário, recomendo a loja da Ansilta que fica na Av. San Martin 928. A Ansilta é uma marca argentina com fábrica em San Juan que produz roupas de excelente qualidade a preços honestos.
Vale lembrar que essas lojas fecham das 13h-17h para “ciesta” e não abrem aos domingos.
Segundo o guia de escalada é possível escalar o ano todo na região, mas a melhor época é ainda durante o verão, quando a temperatura é mais amena. Na verdade, no verão faz bastante calor e a maioria das vias fica voltada para o sol, por isso um bom protetor solar e um protetor labial são imprescindíveis.
Durante o mês de dezembro e janeiro também é comum chover um pouco mais do que em relação ao resto do verão.
Para escalar a maioria das vias de Arenales, é preciso levar basicamente:
2 cordas de 60m. Algumas pessoas levam uma corda simples e uma retinida de 6mm para usar no rapel;
2 jogos de friends. Nos basicamente levamos 2 jogos de Camalot do #.3-#4, mais um #5. Além disso levamos ainda um #.5 e #.75 a mais. Caso não esteja familiarizado com os móveis o ideal é levar um 3º jogo, pois algumas enfiadas são de 60m;
Além disso, o guia de escalada sugere um jogo de micro-friends. Nós levamos 2 Aliens, uns Ball-nuts e alguns C3s, mas acabamos usando muito pouco. O guia recomendo várias vezes o uso dessas peças em várias vias sem necessidade, assim como o uso de Camalot grande como #5;
1 jogo de nut. Esses sim são essenciais, pois há muitas opções para boas colocações;
6 costuras – Levar mais caso entre nas vias equipadas;
Algumas fitas de 60cm e 120cm para laçar bico, fazer extensão e paradas. Muitas paradas são em móvel e outras em chapa simples onde é preciso reforçar com móvel;
Mosquetão de rosca e mosquetão simples;
Cordelete para abandono – Embora o seu uso seja restrito devida a regrampeacao, principalmente das paradas de rapel, ainda há muito rapel em bico de pedra, piton e chapa simples. Por isso é muito importante ter uns metros de cordelete para abandono, pois há muita corda velha. A recomendação é tirar as cordas velhas e repor com cordelete novo (levar canivete). Outra recomendação é em caso de piton, remartelar antes de usa-las, pois com a variação de temperatura, os mesmos tendem a afrouxar. Caso não tenha martelo, basta improvisar com uma pedra.
Na área do refúgio não há fonte de energia, caso seja necessário é preciso levar um carregador solar (calor e sol não faltam…) ou um power bank. Assim como não há sinal de celular dentro do canyon.
Outro item que ajuda muito são os bastões de caminhada para as aproximações.
Atualmente há dois guias de escalada. O Guia antigo (Escaladas em Mendoza por Mauricio Fernandez) e o novo (Arenales de Ignacio Elorza). O antigo tem a parte gráfica terrível que torna a navegação e orientação bastante difícil, por outro lado, a descrição das vias é bem completa. Já o Guia novo tem a parte gráfica muito boa com fotos e croquis, mas peca na parte textual. Por isso, uma boa opção é ter os dois guias.
No entanto, vale ressaltar que tanto o guia novo quanto o antigo apresentam incoerências, assim como erros. Além disso, após o lançamento do guia, houve muitas alterações. Por isso é altamente recomendável conversar com outros escaladores sobre as condições das vias, principalmente sobre a descida. Em muitos casos a melhor forma de descer de uma via não é pela linha que os guias indicam, pois recentemente foram criadas muitas linhas de rapel.
Tanto o novo guia quanto o velho podem ser encontrados nas lojas especializadas do Brasil. Comprei os meus na Companhia da Escalada e na Alto Estilo. Caso não encontre no Brasil, nas lojas de Mendoza há exemplares à venda. No refúgio não há guia de escalada para consulta, o que tinha roubaram… No refúgio, há tanto o guia novo quanto o antigo (2018).
Guia de escalada escrito por Ignacio Elorza. 272 páginas, colorida e de ótimo acabamento. No Brasil, você encontra aqui!
Guia de Escaladas de Mendoza. 3ª edição (2009). Mauricio Fernandez. 191 páginas. 15 x 21 cm. Summit Ediciones. Compre aqui!
Segundo o guia, o estilo de escalada de Arenales é definido como “escalada tradicional em terreno de aventura”. De fato, esse é o estilo predominante. É claro que há outros estilos de escalada, mas o grosso da escalada é em vias de várias enfiadas usando proteção móvel.
O granito de Arenales é bastante heterogêneo. Há trechos verticais, trepa bloco e uma grande gama de fendas que vão de fissura até chaminé. Um aspecto interessante é que no guia novo há muita indicação de offwidth, mas o que eles chamam de fenda de meio-corpo na verdade são chaminés estreitas.
Outra dica é que as melhores pedras e fendas, em geral, estão nas partes mais altas. E as melhores fendas de escalada são as fendas mais difíceis (> 6º SUP). Vias mais fáceis tendem a ter muito trepa blocos com alguns lances estéticos.
Em geral, o granito é bem abrasivo e o uso de esparadrapo ou luva de fenda recomendado. Somente em alguns locais o granito é mais liso devido a ação do gelo durante a última glaciação.
Arenales oferece uma grande variedade de estilo escalada, mas no grosso da coisa, a melhor estratégia para entrar numa via é:
Não entrar muito cedo na via, pois a maioria das vias ficam na sombra pela manhã quando faz mais frio. O ideal é fazer a aproximação na sombra da pedra e escalar ao sol. Vale lembrar que durante o verão, o sol se põe após às 21h. No entanto, nesse tipo de ambiente é imprescindível deixar uma boa margem de segurança para descida.
Outro aspecto peculiar de Arenales são as aproximações. Agulhas como a Charles Webis exigem pelo menos 1h30mim de caminhada morro acima com ganho de elevação na ordem de 550m em menos de 1200m. Por isso um bom treinamento aeróbico prévio é imprescindível. Outro aspecto é que o refúgio fica a uns 2700m e as montanhas como o Campanile a 3300m, ou seja vai faltar um pouco de ar… Por isso, o ideal é nos primeiros dias fazer uma aclimatação, escalando vias na parte mais baixa e se hidratando bastante.
Um item essencial que ajuda muito nas aproximações são os bastões de caminhada. Em geral, a trilha, nas partes altas, é pura cascalheiras e blocos de pedra e os bastões são uma boa pedida nessas horas.
Devido a esse tipo de terreno, além do bastão é importante caçcar uma bota adequada. Uma bota de cano alto que protege o tornozelo é altamente recomendado. Outra peculiaridade de Arenalas são as descidas. É comum durante a descida descer “esquiando” no cascalho, o que danifica significativamente a bota.
Para escalada, uma boa estratégia é subir leve, deixando qualquer peso extra na base, como por exemplo as mochilas. Além disso, a maioria das vias tem uma rota de descida mais curta que a subida, não sendo necessário subir com as botas de aproximação. Quanto a água, no início da temporada, me virava muito bem com 500mL de água na parede e mais 500mL na base.
Um item que não vale poupar peso é o anorak ou corta vento, pois mesmo em dia ensolarado, na sombra costura fazer frio e se for acompanhado de vento a sensação térmica cai drasticamente. Por isso, suba com o anorak, assim como o headlamp.
Não há banho quente no refúgio. Uma dica é armazenar a água em garrafa e deixar esquentando ao sol durante o dia e depois usá-la para tomar banho;
No verão, durante o dia, as temperaturas são bastante elevadas, mas durante a noite, tende a cair bastante. Por isso considere levar um bom saco de dormir para pelo menos zero grau.
A área do cajón fica numa região bastante remota sem acesso ao mundo exterior via telefone celular. Na Argentina não há nenhum serviço de resgate de montanha. Você está praticamente por conta própria e com a ajuda dos companheiros de escalada. Por isso, é muito importante seguir algumas medidas preventivas de segurança:
Deixar claro para outras pessoas do refúgio as intenções de escalada do dia;
Ler com muita calma e atenção um folder sobre como agir em caso de acidente que está afixado dentro do refúgio;
Ter em mão e levar para montanha um pequeno kit de primeiros socorros;
Não se expor à situações de risco sem necessidade;
Procure escalar dentro dos seus limites, lá não é um bom lugar para testar voos épicos;
Proteger sempre, mesmo nos trechos fáceis; agarras quebram, blocos se movem;
Sempre estudar o croqui da via, se possível levar uma cópia, assim como estudar sobre as vias adjacentes.
Lembrando que em caso de resgate com remoção é necessário mobilizar pelo menos umas 15 pessoas. E o deslocamento é bastante demorado, podendo demandar várias horas de muito trabalho voluntário.
Para se ter uma ideia, recentemente, no trecho final da base da Agulha Campanile até o meio da trilha foram equipados mais de 10 estações de rapel para facilitar a evacuquação de acidentando devido a dificuldade do terreno.
Nas instalações do refúgio, há apenas uma maca de madeira para transporte, não há nenhuma farmácia para qualquer eventualidade, por isso é muito importante que leve todo medicamento para montanha.
No povoado de Manzano Historico (13km) há um pequeno posto médico que funciona apenas em alguns dias da semana.
Atualmente a área do refúgio está passando por um problema crítico relacionado à necessidades fisiológicas devido a alta demanda na região. Visando minimizar os impactos, os escaladores e voluntários locais construíram recentemente um banheiro seco. No entanto, este banheiro está passando por algumas dificuldades técnicas no que se refere a evacuação dos dejetos. Em 2018, o banheiro estava funcionando normalmente.
Abaixo segue uma seleção detalhada de 7 vias que escalamos durante a viagem. As informações estão baseadas na minha vivência e complementadas com o material disponível na literatura.
Há uma certa confusão em relação a essa via nos dois Guias de Escalada. Por isso, nós escalamos um pouco independente, tentando seguir a linha mais natural da pedra até o cume.
Essa é uma boa opção para quem busca uma escalada sem aproximação puxada do refúgio (40-60 minutos de caminhada). Além disso a descida é bem simples pela face noroeste. Os pontos negativos dessa escalada são as enfiadas de trepa-bloco e a posição do sol (face leste com sol pela manhã e sombra à tarde).
1ª enfiada – Entramos na pedra pela via Zafarrancha (5o grau), passando batido pela parada dupla da via e seguindo em diagonal à direita por um trepa bloco até uma parada em bico de pedra onde há uns cordeletes para rapel.
2ª enfiada – A linha segue em trepa bloco até a base da fenda frontal que fica à esquerda de uma oposição (visível de longe). No final da fenda, faz-se uma pequena transição em direção à oposição para ganhar o platô onde fica a parada móvel. Segundo o Guia de Escalada essa enfiada se chama “El Reino de los mesocanales” (5º SUP).
3ª enfiada – A escalada segue em direção à uma oposição vertical bem evidente, onde fica o crux da via (7a BRA), bem protegido. Depois do trecho vertical, a oposição perde inclinação e fica mais fácil. A parada pode ser em algum lugar em meio a trepa bloco que fica logo em seguida.
4ª enfiada – A via segue por dentro de uma calha com vários blocos encaixados. Da parada é possível ver um grande bloco entalado que possibilita passar tanto pela esquerda quanto pela direita. Optamos pela esquerda devido ao fato de a rocha ser mais compacta. Nessa passagem há um pequeno crux de 6º grau. Depois a escalada segue em trepa bloco até uma parada móvel.
5ª enfiada – Essa enfiada é basicamente um trepa bloco passando por um grande platô e seguindo até o segundo platô onde a pedra ganha inclinação.
6ª enfiada – Enfiada técnica em fissura fina (Aliens) (6o grau) até ganhar um pequeno platô e depois segue em trepa-pedra até uma parada natural.
7ª enfiada – Trepa bloco em diagonal à direita até a base de uma grande calha vertical.
8ª enfiada – A escalada segue por dentro dessa calha que termina num pequeno trecho de chaminé antes de ganhar o cume.
Descida – A melhor opção é descer pela face oposta (NW) mediante a dois rapeis até a base da cascalheira e depois descer caminhando até a base da via.
Esse setor de escalada fica na parte mais baixa, fora do canyon de Arenales. O setor de escalada mais conhecido é o Mitre, onde ficam as vias de várias enfiadas com proteção fixa, mas num canto da pedra há uma via em móvel que é bastante frequentada, a via Patricia.
1a enfiada – A via começa numa fenda frontal de mão perfeita que marca o crux da via. O lance mais difícil fica no final da fenda, já na transição, pouco antes de chegar na parada. Embora haja uma parada dupla ao final da fenda, é comum as pessoas juntarem as duas primeiras enfiadas.
2a enfiada – É uma pequena travessia à direita passando por uma montada estranha e desengonçada até chegar numa parada dupla confortável num platô.
3a enfiada – Essa enfiada é um misto de trepa bloco com chaminé por dentro de uma grande canaleta até uma virada em chaminé, onde fica o crux. A parada fica logo acima em um platô confortável.
4a enfiada – A linha segue para cima por uma série de lacas em oposição bem vertical até chegar num outro platô confortável. Essa parada é em móvel.
5a enfiada – A via segue à direita por um trepa bloco que logo vira uma pequena travessia por uma fenda estranha invertida até chegar no grande diedro que vai até o cume. A parada fica no meio do diedro em um platô bem confortável.
6a enfiada – A via segue pelo diedro até chegar num outro platô grande. É possível juntar a 6a com a 7a enfiada.
7a enfiada – A via segue pelo diedro que nessa parte encontra-se mais decomposta com muito bloco solto. No final, há uma série de bloco solto até chegar num platô, antes do cume propriamente dito.
Descida – Para descer, há a opção de descer pela própria via ou pelas vias adjacentes usando 2 cordas.
A via Alquimista na Agulha El Fraile é uma das vias mais clássicas de Los Arenales. Escalada obrigatória para quem curte uma boa fenda frontal.
1a enfiada – A 1a enfiada é um trepa bloco fácil até chegar numa pequena “caverna” de blocos onde está a P1. Com exceção da P7 e P8, todas as paradas são com chapa simples mais uma piton, nut ou cordelete equalizado.
2a enfiada – A via segue por uma sequência de fenda à esquerda em tesoura para entrar numa oposição curta e finalizar numa chaminé estreita até ganhar um platô onde há 3 pitons.
3a enfiada – Essa enfiada é bem curta e pode ser emendada tranquilamente com a 4a enfiada. O lance começa na fenda da esquerda até encontrar uma fenda horizontal para fazer uma pequena travessia à direita e seguir até a parada.
4a enfiada – Enfiada gostosa por um sistema de fendas frontais até chegar no grande platô que marca o fim do trecho inicial da via.
5a enfiada – A via segue pela fenda da esquerda que mais acima se abre a ponto de poder entrar. Depois, vira à direita por uma fenda diagonal até chegar na parada aérea.
6a enfiada – A escalada continua à direita passando e protegendo por mais 2 fendas verticais até chegar na 3a fenda que é mais larga (mão). Segue pela fenda, passando por um pequeno teto, onde fica o crux, 7a, até ganhar um pequeno platô onde fica a parada.
7a enfiada – A via segue pelo mesmo sistema de fenda que fica cada vez mais larga até chegar numa chaminé estreita no final onde fica a parada dupla. Levar Camalot #5.
8a enfiada – Essa enfiada é um trepa bloco fácil até o cume da pedra. Para descer, é melhor voltar desescalando do que fazendo um rapel.
Descida – A descida é pela própria via. Pode ser usando uma corda de 60m ou duas de 60m. Levar cordelete para melhorar os rapéis.
Essa é uma via bastante frequentada, talvez devido a proximidade com refúgio, mas a escalada é OK. Nada muito espetacular. Muita gente vai apenas até a P3 e desce dali.
1a enfiada – A via começa bem no lado direito da pedra, subindo por um bom trecho de trepa pedra em diagonal à esquerda. Dá para ir em solo um bom pedaço, até pelo menos, onde a pedra ganha inclinação. A P1 está ao final desse trecho mais vertical em um grande platô. A parada está num grande bloco com uma chapa e cordelete equalizado.
2a enfiada – A escalada segue por um diedro bem óbvio em diagonal à esquerda. A P2 é visível da P1. A parada fica num platô confortável em forma de caverna.
3a enfiada – A via segue pelo diedro até chegar na crista da pedra onde está a parada fixa. O crux da enfiada está logo na saída desta enfiada.
4a enfiada – Em um dos guias, a via acaba na 3a enfiada. Num outro, diz que há mais uma enfiada para chegar num outro ante-cume. Caso opte por fazer a 4a enfiada, há duas opções: seguir pelo outro lado da aresta por um terreno fácil (5o SUP); ou subir pela fenda diagonal bem óbvia visível da P3 (6o grau). A P4 é natural.
Descida – Da P4 caminhar à direita procurando a linha da via do dique. Há uma chapa com mosquetão na parede vertical que sugere uma parada, mas a parada oficial (dupla) está um pouco mais abaixo. Caso vá até a P3, é possível descer pela própria via.
A via “Mejor no hablar de ciertas cosas” na Agulha Cochete é um dos “must to do” de Arenales. É uma escalada longa que demanda estratégia e velocidade para não entrar em apuros.
1a enfiada – As primeiras 4 enfiadas são por dentro de uma canaleta com rocha bastante decomposta. É possível fazer essa primeira parte à francesa para ganhar tempo caso se sinta à vontade. A 1a enfiada é um trepa pedra de uns 30m até uma parada. Para ganhar tempo, pode parar na próxima parada. Totalizando 60m.
2a enfiada – Enfiada curta de uns 30m até chegar num grande platô. A parada está no lado esquerdo, um pouco fora da linha da via.
3a enfiada – Na saída da enfiada há um lance mais vertical e técnico (5o grau), depois segue em trepa bloco. 50m.
4a enfiada – Enfiada de uns 60m passando por uma parada ruim à esquerda até chegar no colo da pedra onde acaba a primeira parte da via.
5a enfiada – Após uma caminhada curta, chega-se ao bloco do bivaque (à direita). A via segue por uma calha bem óbvia em diagonal à direita contornando a pedra pela direita até chegar numa parada dupla. Talvez seja necessário dividir a enfiada em duas partes para diminuir o atrito, ou fazer à francesa.
6a enfiada – Aqui começa a parte boa da via. Nessa parte há, pelo menos, 3 opções de fenda. Uma opção é sair pela fenda do meio e seguir até a P7, pulando a P6, numa esticada de 60m; ou seguir até a P6 e dividir a enfiada em dois. A linha original sai pela fenda da direita até a P6.
7a enfiada – Caso não tenha ido da P5 até a P7 direito pela esquerda, a opção é parar na P6 para fazer um diedro curto de uns 15m até chegar na P7.
8a enfiada – A linha original segue pelo diedro da direita passando pela P8 até a P9, mas a maioria das pessoas costuma ir direito da P7 até a P9 por uma fenda frontal perfeita, esticando 60m de corda.
10a enfiada – A P9 é um grande platô confortável que marca o final do trecho mais duro da via. A nona enfiada é uma bela escalada em fenda frontal por uma parede menos inclinada até chegar na virada que fica a uns 60m.
11a enfiada – A pedra perde mais inclinação e as fendas dão lugar aos trepa blocos. No final há um trecho de agarrência protegido em buracos. Levar Camalot #1 e #4.
12a enfiada – Escalaminhada pela aresta da pedra em direção ao cume da pedra.
Descida – Do cume, a melhor opção é voltar desescalado para evitar que a corda fique presa. Depois é só ir descendo na ordem até a P6. Neste ponto, em vez de seguir descendo pela via, a melhor opção é fazer um rapel curto de uns 20m à esquerda, saindo da via, até um platô com bico de pedra, dentro de uma canaleta. Depois mais um rapel de uns 60m até um platô descaído onde há outra parada em bico de pedra. Dali, mais um rapel até a base do colo, P4. Da P4 até a base, basta seguir os rapeis na ordem.
Ao lado do Campanille essa agulha possui a maior concentração de vias “obrigatórias”. O único empecilho é que requer uma longa aproximação.
1a enfiada – A via começa num pequeno platô seguindo reto uma fenda bem óbvia. No início a fenda é mais dura, mas depois que entra numa chaminé estreita fica mais fácil e torna a ficar mais dura novamente no final, bem na virada de um tetinho. Reservar um #4 ou #2 para final. Parada em platô (chapa + piton).
2a enfiada – Enfiada curta onde o crux fica na virada do teto. Depois segue até um platô confortável onde está a parada fixa.
3a enfiada – Enfiada linda por uma fenda frontal de mão (muitos #1) até uma parada em um bloco de pedra. Oficialmente, a via acaba neste ponto.
4a enfiada – Para seguir até o cume, uma das opções é sair pela via Panqueques, à esquerda, pegando um diedro fechado até ganhar um pequeno platô. Neste ponto, segue para cima pela face protegendo precariamente com micro-friends até ganhar um outro platô descaído. Faz-se uma pequena travessia à esquerda e ganha outro platô, dessa vez maior, onde há uma parada dupla.
5a enfiada – A via segue por um trepa bloco para ganhar um grande diedro que culmina numa pequena chaminé. É possível fazer uma parada na base dessa chaminé ou seguir direto até o cume.
6a enfiada – Lance curto de uns 10m em chaminé desprotegido até ganhar o cume da agulha.
Descida – Na face oposta, há um bico de pedra com corda onde começa a linha de rapel. Aproximadamente 30m depois há uma parada dupla com chapa e depois, se tiver 2 cordas, dá para ir até a base da calha, caso contrário é necessário fazer um rapel intermediário. No meio da descida pela cascalheira, há outra padada dupla para um rapel curto no lado esquerdo.
Esta agulha é um ícone de Arenales, por isso mesmo merece ser escalado. A agulha possui diversas vias de todas as dificuldades e estilo, mas a mais conhecida é a variante Armonica. É uma escalada tranquila e sem grandes dificuldades técnicas. O que de fato cansa mesmo nesta escalada é a aproximação que exige aproximadamente 2 horas de caminhada desde o refúgio.
Para repetir a via uma corda de 70m ou 2 de 60m mais um jogo de friends (até o Camalot 3) e um jogo de nut são mais do que suficientes.
1a enfiada – A primeira enfiada da via começa numa espécie de chaminé estreita que é bem evidente de longe. Na base, próximo a saída da via, há um bloco grande no chão com 3 chapeletas usadas para resgate. A enfiada transcorre por dentro dessa chaminé protegendo em móvel até o platô. É possível emendar a 1a com a 2a enfiada.
2a enfiada – A linha segue a chaminé passando por um trepa bloco até ganhar um grande platô onde sai uma fenda frontal bem evidente. Há uma chapa com nut abandonado para fazer a parada.
3a enfiada – Neste ponto há duas opções, uma pela direita passando por um diedro fácil para ganhar um platô, ou pela fenda frontal (6a FRA). Depois pode ser feito uma parada opcional logo acima, ou seguir à esquerda em trepa bloco para depois fazer uma diagonal à direita para ganhar um platô.
4a enfiada – Neste platô há um diedro fendado com uma segunda fenda ao lado. Sobe por essa fenda e depois segue em trepa bloco até ganhar um outro platô onde há uma fenda outra fenda frontal cortando um grande bloco. É possível fazer uma parada móvel alí ou seguir e fazer a parada depois disso. Alternativamente é possível evitar essa fenda frontal e sair pela esquerda para evitar esse lance, mas não vale a pena!
5a enfiada – A partir deste ponto a via segue em trepa bloco até o cume.
Descida – No cume, na face noroeste há uma parada dupla onde fica a linha de rapel. O primeiro rapel é curto, não mais do que 20m até chegar num bico de pedra com fita. Há duas paradas com bico de pedra, uma à esquerda e outra à direita de quem olha de frente o vale. O bico certo é o da esquerda. A partir dali segue uma sequência de rapeis curtos 25-30m, sempre em bases duplicadas com chapas até a base.
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