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Behne

Ivoti

Atualizado em: 18/07/2023

Índice

Alessandra escalando no Setor 3

HISTÓRIA

O Campo-escola Behne foi “descoberto” em abril de 1995 quando um grupo de escaladores locais (Naoki Arima, Daiti Hamanaka, Leandro Feiten…) resolveu realizar mais um rolé pela região conhecida como o Buraco do Diabo (Ivoti). Este mesmo grupo já vinha desbravando as encostas íngremes deste vale a procura de pedra para escalada e rapel já há algum tempo. No entanto, havia uma área que nunca havia sido explorada por estar em frente a casa do proprietário de toda a região, o Sr. Behne. Como tínhamos receio do Sr. Behne, por sempre entrar nas terras dele sem permissão, nunca nos atrevemos a passar em frente a casa dele. Até porque na casa do Sr. Behne sempre tinha uns cães bravos.

Neste dia, o grupo foi para uma cachoeira que fica logo adiante a propriedade do Sr. Behne para realizar um rapel. E na volta, o grupo resolveu retornar costeando a pedra. E para a nossa surpresa acabamos chegando onde fica atualmente o Setor 3. Logo de cara sabíamos que tínhamos encontrando o pote de ouro, pois vimos o potencial do local.

A primeira via que abrimos no local foi a Contra-proposta (pelo menos parte dela) em top rope. Depois abrimos a Negativa Dupla (6o), Pig (6o), Mouse (6o), Biton (6o) e assim por adiante.

Nos primeiros anos, nós não tínhamos grampos, então todas as vias foram abertas em top rope, sempre usando ancoragens naturais. Então era comum o nosso dia de escalada começar com uma caminhadinha até o topo das vias para montar todos os tops. Assim a pedra ficava “equipada” com diversos top ropes à disposição.

Uma das contribuições mais importantes para o desenvolvimento do Behne foi a visita dos escaladores Cristian Maciel e do Nativo que abriram as vias Escraquinha (7c – na época) e Ilusão Fatal (7b) igualmente em top rope. Essas vias foram durante muito tempo a menina dos olhos da galera local por se tratarem de vias bem duras.

O uso das proteções fixas começou somente quando conhecemos o escalador Jonas Schilling em meados de 1996. Nesse mesmo ano foi organizado por nós, um curso de escalada para os Desbravadores. E para preparar o local abrimos algumas vias fáceis para servir de via-escola (Day light primeira parte, Epilepsia primeira parte e Monoton primeira parte), e foi nessa ocasião que começamos a bater os primeiros grampos. A partir dai, o uso de grampos e chapeletas se tornou comum, e gradualmente, fomos equipando as vias já abertas.

Em 2002, o Campo-escola recebeu a primeira grande manutenção com a troca de todos os grampos por chapeletas num grande mutirão organizado pela AGM – Associação Gaúcha de Montanhismo. Vale registrar que esse foi um trabalho inédito e pioneiro no estado (e até no Brasil).

E 10 anos depois, em 2012, foi realizado outro mutirão de manutenção das vias do Behne, onde as antigas chapeletas foram substituídas por chapeletas de inox fixadas com cola.

Atualmente o CE Behne é a principal porta de entrada para quem está começando no esporte. E também pelo fato de se encontrar a apenas 1h da capital, o local é bastante frequentado nos finais de semana.

Comparando com o que já foi o Behne há 20 anos, dá para ver que muita coisa mudou nesses anos. O fato que mais chama a atenção, e preocupa, é o grande fluxo de escaladores na pedra e seus impactos negativos. Atualmente as trilhas estão bem mais abertas e as bases das vias muito mais desmatadas; e em diversas vias, a rocha encontra-se bem erodida pelo uso excessivo (por exemplo, a Mouse).

Esperamos que a nova geração e os frequentadores saibam conviver em harmonia com a natureza e saibam usufruir do meio tentando minimizar ao máximo os impactos para termos uma vida longa para o nosso querido Behne.

Encravado no famoso vale do “Buraco do Diabo”, município serrano de Ivoti, o campo-escola Behne é, atualmente, o point de escalada mais frequentado do estado. Os arenitos do Behne contam atualmente com 53 vias esportivas de 4º a 9c, todas protegidas com chapeletas e paradas duplas. Qualidade esta, alcançada graças aos trabalhos de regrampeação e manutenção realizados pela Associação Gaúcha de Montanhismo (AGM) entre os anos de 2002 e 2003.

Em 2012 foi realizado um novo trabalho de manutenção das vias e as chapeletas das vias mais frequentadas foram substituídas por proteções químicas.

Como chegar

De automóvel: Da capital gaúcha, Porto Alegre (POA), são aproximadamente 1h 20min. de carro pela BR-116 em direção à serra. Saindo de POA tome a BR-116 em direção à serra gaúcha passando por Novo Hamburgo, Ivoti e na altura do km 226 pegue o trevo de acesso à Colônia Japonesa. A partir daí basta seguir as placas que levam ao Camping do Behne (3,5km).

Uma vez no camping, a trilha de acesso as vias começa junto a uma placa informativa perto da entrada do camping. Subindo por esta trilha, o primeiro setor que aparecer à direita é o Setor 1, os outros setores estão à esquerda seguindo a trilha mais uns 20m (Setores 2 e 3 respectivamente)

De ônibus: Na rodoviária de Porto Alegre saem regularmente ônibus que levam até a entrada da Colônia Japonesa. Para isso, compre uma passagem para a cidade de Dois Irmãos e peça ao cobrador que deseja desembarcar na entrada principal da Colônia Japonesa. A partir daí e preciso caminhar mais 3,5km seguindo as placas que levam ao camping do Behne É preciso se informar com antecedência os horários de retorno, pois o último ônibus para POA passa cedo.

Wendling  – Clique aqui para consultar os horários de ônibus.

Para visitar o site da rodoviária de Porto Alegre, clique aqui!

Dê um zoom out no mapa acima para ver a localização da parada de ônibus.

Mapa
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Acesso

Esta área de escalada fica dentro de uma propriedade particular e é cobrado uma taxa de R$ 8,00 (12/2020) para acessar o local.

Melhor época

A melhor época é no outono quando a temperatura é mais amena. No resto do ano o calor e a chuva são os grandes empecilhos para uma boa escalada. No início da primavera chove bastante.

Sol/sombra

As condições variam de acordo com o setor, mas em geral, todos os setores ficam na sombra pela manhã.

Rocha

Arenito de origem eólica da Formação Botucatu.

Proteção

A maioria das vias são protegidas com chapeletas de inox coladas, mas ainda há algumas vias com proteções antigas (chapeletas e grampos).

Equipo

12 costuras, uma corda de 50m.

Restrição

Não é permitido entrar com bebida alcoólica.

Onde ficar

A área de escalada está dentro da propriedade do Sr. Behne que também mantém uma área de camping. O camping oferece um pequeno bar, banheiro, chuveiro quente, energia elétrica e churrasqueira. http://www.campingbehne.com.br/ CEL: 51- 99733-0991

Torres, Behne (RS). 2003

Dicas

  • No verão um bom repelente é bem-vindo, principalmente para escalar no Setor 3;
  • Para acessar os Setores 2 e 3, use a trilha nova. É mais rápida e ajuda a preservar a trilha;
  • Escale pela manhã ou a tardinha, pois o sol costuma castigar;
  • Se você não está acostumada com rocha abrasiva, leve esparadrapo, será útil no final do dia;
  • Não deixe de experimentar o sanduíche natural do camping.

Vias

Aproximadamente 53 vias. A graduação varia de 4o até 9c, prevalecendo as vias de 7o grau.

Vias mais repetidas

  1. Zero Grau (V)
  2. Mouse (6a)
  3. Navalha na Carne (7b)
  4. Ilusão Fatal (7b)
  5. Epitáfio (6b)
  6. Contra proposta (6b)
  7. Açoitando Jordi (7c)
  8. Grito do Vampiro (7a)
  9. Escadaria para o céu (V SUP)
  10. Domínio do homem (7b)

Croqui

Chuva e escalada

O arenito do C.E. Behne é uma rocha bastante porosa em certos setores. Com o uso constante ao longo dos anos, em muitas vias, a rocha está se desgastando progressivamente, alterando o forma original da pedra. Para diminuir o desgaste e ajudar a preservar o local, recomenda-se não escalar quando a rocha estiver úmida ou molhada (e.g.: Bonsai-kan, Mouse).

Fotos