Do céu ao inferno em 15 minutos! Talvez essa seja a melhor definição de como foi o final de semana por aqui. No montanhismo, o cume é coroação máxima de uma escalada. E se o cume o for acompanhado de um pôr-do-sol, então é o supra-sumo para qualquer pessoa. Ter a visão privilegiada de ver o sol se pondo no horizonte de um lugar alto é realimente uma experiência que vale qualquer esforço e nos leva a reflexões profundas sobre a vida. No entanto, essa experiência sublime tem um preço literalmente alto, pois depois do pôr-do-sol vem o fria e a escuridão. E ter que descer qualquer montanha no escuro é sempre muito complicado para não dizer perigoso. Nessas condições, os riscos são amplificados e a nossa margem para qualquer erro diminui drasticamente.
Perdidos em Praça Oito, Itarana. Céu estrelado com a majestosa Pedra Alegre.
E assim foi o nosso final de semana, indo do céu ao inferno! Duas vezes! No sábado, após uma série de imprevistos pelo norte do estado, eu, Afeto e DuNada, fomos parar em Santa Maria do Jetibá. Não me pergunte como, e fomos curtir um dos visuais mais incríveis no cume do Garrafão. E de quebra, encaramos uma descida noturna à luz dos headlamps. Tudo isso em 4h entre escalada e descida. Haja perna!
Afeto no speed-climbing para chegar a tempo de ver o pôr-do-sol.
Momento em que as dores e preocupações somem por alguns instantes.
Foto do cume para a eternidade com a Pedra Azul ao fundo.
Já no domingo, repetimos a mesma experiência, mas dessa vez na Pedra Pontuda em Castelo (croqui da Pedra Pontuda). Subimos novamente por volta das 15h e fomos contemplados com um belo pôr-do-sol no cume dessa incrível formação rochosa! No entanto, a descida, ao contrário do Garrafão, foi um pouco mais tensa. Se de dia já é complicado descer, imaginem a noite. A nossa sorte foi que o DuNada já tinha descido duas vezes pela trilha, porque pelo contrário, nós estaríamos perdidos até hoje ou empalado em algum canto.
Aproximação no ES é assim!
Afeto correndo contra o tempo, pois o sol não pode esperar!
Chapeleta da conquista de 1978. Está tão ruim que nem costurei para não estragá-la.
Passando entre as bromélias na última enfiada.
DuNada se apressando para chegar no cume, pois o show vai começar!
Do céu ao inferno em 3, 2, 1…
Mais uma foto para a eternidade!
O inferno. Descida tensa. Sorte que de uma lado ficava a pedra lisa e do outro o precipício. Então não tinha muito para onde fugir…
Valeu demais galera! Findi com muitos altos e baixos literalmente, mas também muita risada e roubadas que só quem sentiu na pele sabe a dor do espinho!
2 respostas em “Sunset Trip”
[…] No primeiro final de semana de agosto de 2014, DuNada, Afeto e eu fizemos uma maratona de escalada pela região central do Estado, onde conquistamos o Garrafão de Santa Maria do Jetibá e de quebra repetimos a Pontuda de Arapoca em Castelo. Naquele final de semana, enquanto procurávamos “sarna para se coçar”, acabamos parando o carro em frente a uma muralha de granito na região de Sossego em Itarana. Tratava-se da Pedra do Penedo, uma grande muralha de rocha com um enorme arco bem característico que lembra muito a parede de Royal Arches em Yosemite. Ficamos ali olhando para aquele paredão vertical e vimos uma boa linha numa grande aresta vertical à esquerda do arco. Na ocasião engolimos seco aquela empreitada e resolvemos deixa-la de lado, pois parecia ser uma conquista muito trabalhosa. […]
[…] Na semana passada, enquanto descíamos a Pedra Pontuda em meio a escuridão ficava repedindo para mim mesmo: semana que vem Calogi! Amarelos! Pode ser até Morro do Moreno! Só não quero mais isso para mim!!! Mas não resisti! […]