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10 dicas úteis de sobrevivência vertical

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Falar de segurança nunca sai de moda! Então separei 10 dicas de segurança que eu considero essenciais numa escalada.

1- Capacete salva vida! Para mim, a regra é simples: quanto mais fácil e trivial for a escalada, maiores as chances de tomar uma pancada na cabeça. E se você está começando a escalar, use capacete! Você não sabe como faz besteira e não está sabendo disso!

Se acha capacete desconfortável e pesado, digo que, hoje em dia, há no mercado capacetes com menos de 200g! São tão leves que você nem sente que está usando.

2- Inspeção visual – A sua vida depende do seu companheiro de escalada e vice-versa. Por isso, cuide bem dele. Não basta checar se o SEU nó está bem feito ou se a SUA a fivela está passada corretamente. Confira se o seu colega também fez tudo certo antes de começar a escalada. Não leva 5 segundos e é um hábito fácil de pegar.

visual

Inspeção visual antes da escalada. Ver se o nó está bem feito, a fivela passada, freio montado corretamente e o mosquetão travado. Figura: Petzl.com.

3- Backupear sempre ao desequipar uma via – Quando comecei a escalar, o meu pai sempre repetia, quase como um mantra, nunca coloque a sua vida em apenas um ponto. Tudo é passível de falha. Por isso, sempre que tiver oportunidade faça um backup. É um ato simples, rápido e indolor que salva vidas. É comum ver a galera se desencordar no final da via de qualquer jeito sem backupear para passar a corda pela parada. Na sua falésia preferida pode dar certo, mas no dia que for para uma montanha, o buraco é mais embaixo. E com certeza, por sempre fazer errado, sem backup, vai repetir o mesmo erro na montanha.

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Desequipando uma via. Às vezes, vejo algumas pessoas usando só um mosquetão simples da própria costura no passo 2. Funciona, mas é passível de alguma coisa dar errado e desclipar. Se não tiver um mosquetão de rosca, faça um backup com um 2o mosquetão simples com os gatilhos opostos. Fonte: Catálogo Petzl 2013.

4- Nunca confiar em apenas um ponto de ancoragem – O grampo que você está ancorado foi batido por quem? Sabe quantos centímetros tem para dentro? Sabe quando foi batido? Não? Então por que colocar a sua vida em algo que não conhece? Eu mesmo não confio nem nos grampos que eu bati, imagina dos outros.

Quando tiver que descer em apenas um ponto, desça de baldinho usando um prussik passado por dentro da corda que sobe conectado na cadeirinha. Não vai te salvar de uma queda de 20m, mas de uns 5m salva.

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Usando um prussik como backup durante o “baldinho”. 

Outra: Parada de via com apenas um grampo? Passe a “parada”, vá até o próximo grampo, passe a corda e volte para a parada em top rope. Assim duplica a parada e ainda tira o fator 2 da próxima enfiada.

5- Nunca confiar em equipamento abandonado – Isso vale para mosquetões, fitas, costuras, pitons e tudo mais. Quando você abandona um mosquetão, ninguém deixa o seu melhor mosquetão para trás. Fica sempre o mais velho! Então quando for usar um mosquetão abandonado por terceiros, pense nisso. Usar uma fita abandonada por terceiros, nem pensar. A história está cheia de acidentes desse tipo. Se tiver que usar uma fita abandonada, abandone uma fita sua junto. Prefira perder uma fita do que a vida.

6- Cordelete – Cordelete faz milagres. Se você não sabe fazer milagres com um cordelete, aprenda! Se você é um daqueles caras que não gosta de carregar cordelete na cadeirinha porque acha feio, então use um cordelete para amarrar o seu saquinho de magnésio. Assim, no dia que entrar numa roubada, bastar tirar o cordelete da cintura, dar um nó e usá-lo!

7- Rapel com backup – Não interessa se o rapel é de 10m ou 100m. Sempre usar backup com nó (ou trava) auto-blocante. Você não é rapeleiro (que não usa backup), você é um escalador!

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Eu particularmente gosto de usar esse método descrito acima. Fonte: Petzl.com.

8- Dar um nó na ponta da corda – Medida extremamente simples que salvou ou deixou de salvar muita gente. O difícil é criar o hábito!

Atualizado depois: A regra vale tanto para o rapel quanto para a descida em baldinho!

9- Sempre fechar a rosca do mosquetão de rosca – Outra medida simples que exige hábito! Se você tem costume de esquecer, use aqueles mosquetões que vem com a marquinha que mostra quando a rosca não está fechada, ou mosquetão com trava automática (my choice!).

10- Vida útil -Todo equipamento de segurança têxtil tem vida útil, mesmo que nunca tenha sido usado! Alguns fabricantes falam em 10 anos, outros em 5 anos. Crie o hábito de fazer uma inspeção visual periodicamente e troque os equipamentos de segurança de tempo em tempo. Não é consumismo, é ter consciência que a sua vida não tem preço!

E lembre-se: a segurança na escalada é uma questão de hábito. Aprenda desde cedo a criar esse hábito. E não se esqueça de que as melhores soluções são as soluções mais simples e a prova de burrice (quando ficamos cansados, ficamos burros!).

Escale seguro, escale consciente!

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