No início deste ano, Eric e eu conquistamos uma via bem interessante em Ibiraçu chamada “Caminho da Sabedoria”. Na ocasião, por causa da pedra molhada, tivemos que passar a travessia da 2ª enfiada em A1 e a via ficou pendente de liberação.
No último final de semana, planejamos voltar à via para tentar libera-la e de quebra ainda repetir a via “Que Rolo é Esse” que conquistei com o Afeto também no início do ano na Pedra Aguda que fica ali perto. De última hora, entraram no “passeio” do “Arima Tur” o Porko, o mais novo escalador de oitavo grau do ES, e a Jana que recentemente mandou o seu primeiro 7c.
Caminho da Sabedoria
Saímos de Vitória sob um tempo temeroso, inclusive com muita chuva à caminho, mas como já estávamos na rua, não nos restava muita opção senão pagar para ver.
Chegamos na base da “Caminho da Sabedoria” e a pedra estava “sequinha da silva”, mas o céu estava bem carregado com um ar pesado, indicando que a qualquer momento o céu iria desabar.
Fechei a dupla com a Jana. E o Eric com o Porko e iniciamos os trabalhos. Abri a enfiada tocando na frente a 1ª cortada. Assim que bati na parada e a Jana começou a escalar, uma leve garoa começou a cair e ao fundo, dava para ver as nuvens baixas entrando pelo vale indicando que o tempo viraria em minutos.
Esperamos o tempo se decidir na parada, pois como a P2 é em móvel, em caso de “pane” teríamos que descer abandonando peças, então achamos mais prudente ficar “chocando” na parada até o tempo se decidir. A chuva passou e a pedra não molhou o suficiente para comprometer a escalada e decidimos tocar a via.
Liberei a 2ª enfiada e logo em seguida o Eric também mandou o lance. A Jana e o Porko vieram de segundo limpando a enfiada, mas enfiada em travessia é “mano-a-mano”, tanto para o guia quanto para o participante, então eles tiveram que suar e, no caso do Porko, literalmente dar o sangue para passar a enfiada.
A terceira enfiada foi um protocolo e dois rapeis depois estávamos na base da via.
Como estávamos fazendo um programa “escalada tradicional Nutella” fomos fazer um piquenique para descansar um pouco e nos preparar para programação da tarde, repetir a via “Que rolo é esse” na Pedra Aguda.
Que rolo é esse?
Rodamos mais 45 minutos em direção ao interior do Estado por uma estrada cheia de curvas, mas repleta de belas paisagens.
Quando chegamos lá, notei que o chão estava encharcado. Provavelmente alguns minutos antes de nós chegarmos havia chovido na região. Confiamos na “esperança” de encontrar a pedra seca e partimos para base da via. Durante a subida, o pessoal descobriu a parte que eu não tinha contado, a parte que no blog está escrito: aproximação pelo pasto. Ai foi a choradeira geral. Parecia um rebanho de ovelha subindo o pasto em direção à base da via. Meeeeeee!!!! É claro que a chuva deixou o pasto alto molhado e a situação ficou um pouco mais dramática, mas escalada tradicional é isso, né?!
Embora a aproximação seja longa, a via é bastante curta e conta com apenas uma enfiada de 30m para acessar o cume. O que faz essa via interessante é o fato dela transcorrer por uma fenda contínua toda protegida em móvel e o seu cume totalmente careca e acessível apenas via escalada. Isso sem contar a bela paisagem da região.
Repetimos a mesma dupla e o mesmo esquema e em menos de uma hora todos nós estávamos no cume da montanha para fechar a “trip Nutella” com chave-de-ouro.
Nessa escalada, pela primeira vez filmei com a Gopro a nossa escalada, além de fotografar com a minha câmera de sempre. O resultado está ai! Ainda preciso aprender muita coisa. Ficou meio tosco porque não estou com muito tempo essa semana para me dedicar a isso, mas vale o registro.