No último domingo, Sequinho e eu repetimos a via “Fissura das Deusas” na Pedra do Tubarão em Pancas e acrescentamos uma chapa na 3a enfiada da via para tirar a exposição de um lance.
O “Sequinho” é um “escalador das antigas” do Rio Grande do Sul que começou a escalar em 1995 e tem um longo currículo de “tradis”, incluindo a conquista de um big wall na Pedra do Funil (SC) em 2005 e a repetição da Agulha De la “S” na Patagônia Argentina.
Vire e mexe o trabalho dele traz para esses lados e dessa vez conseguimos conciliar as datas para uma escaladinha em Pancas.
Como o Sequinho também é um amante da escalada em móvel, sugeri repetirmos a via “Fissura das Deusas”, conquistada recentemente e que estava precisando de uma pequena intervenção na 3a enfiada.
No domingo de manhã, bati no Camping Cantinho do Céu onde o Sequinho estava desde sábado e logo fiquei impressionado com a temperatura da manhã. Acho que foi o dia mais frio de todos os tempos. Eu acho que a temperatura chegou tranquilamente a 15 graus Celcius pela manhã. Para quem conhece a fama de Pancas aquilo era algo extremamente anômalo.
Como a manhã estava fresca, nem nos apressamos em sair para escalar. Ficamos batendo um papo, botando a conversa em dia e só fomos escalar por volta das 8h30. Em condições normais, sair às 9h para escalar em Pancas é sinônimo de passar raiva, mas nesse dia, a temperatura estava bem agradável (pelo menos na sombra do camping).
Por volta das 9h iniciamos a escalada alternando as enfiadas, o Sequinho ficou com as enfiadas ímpares e eu as pares. Guiei a 2a enfiada só para confirmar que essa é, sem dúvida, uma das melhores enfiadas em móvel de Pancas e assim fomos até o grande platô após a 3a enfiada. Como estávamos sem pressa, ficamos ali descansando um bom tempo, pois a essa altura, a temperatura amena da manhã já tinha ido embora e o calor começava a imperar.
Após um longo descanso “tricotando” os tempos áureos no Sul, toquei a 4a enfiada, onde bati uma chapa no final da fenda para tirar a exposição do lance. Se eu tivesse levado a furadeira para cima durante a conquista… Não precisaria ter que voltar à via só para fazer isso… Muito menos ter passado cagaço durante a conquista…
Chapeleta batida, missão cumprida e batemos no cume por volta das 13h. Como o Sol estava castigante e a água no fim, nem subimos até o cume para assinar o livro de cume. O Sequinho não fez questão e eu já conhecia a vista, então descemos dali mesmo para buscar um sombra.
Com essa intervenção, a via ficou redonda e altamente recomendável para repetição. Na página da pedra na croquiteca, acrescentei mais alguns dados relevantes.
Valeu pela escalada, Sequinho!