Uliana upgrade

No último final de semana, Lissandro, Yasmin e eu subimos a Venda Nova do Imigrante para escalar com o Dante e o Eric na Parede de Uliana em Venda Nova do Imigrante.

Acho que a última vez que estive em Uliana foi em agosto do ano passado, tem um post aqui. E lembro que naquela ocasião pensei: na próxima vinda vou levar a furadeira para conquistar novas vias!

O Amaral sempre me convidou para conquistar em Uliana e sempre enrolei ele. O Dante também sempre me cobrou colaboração e também o enrolava. E agora, em 2021 eu tinha colocado como meta fazer a minha parte em relação a Uliana.

No sábado, Dante e eu conquistamos a extensão da via “Chocotino” (VI), acrescentando mais duas chapas e a parada. Com isso, a via subiu para 7b e ela acaba num lugar melhor e mais confortável. Batizamos, depois de ler muitos cardápios na internet de “Café Cachiatto”, mantendo a temática do café.

Depois, abrimos uma variante da via “100% arábica” (7b). Bati mais 3 chapas e a parada, totalizando uns 18m de via. A linha consiste em, na última chapa antes da parada, quebrar à esquerda e sair por fora de um diedro abraçando a “geladeira” em direção ao teto. A parada ficou na última agarra dominável antes de todas as agarras sumirem. Ou seja, o final ficou bem ao estilo Uliana, pressão máxima até a última costurada. Mas o crux da variante mesmo fica um pouco antes, numa negociação com umas invertidas em oposição. Para quem estiver mais acostumado a escalar em fenda, o crux fica mais suave, mas mesmo assim a cadena vai custar “R$ 8b,00”.

No dia seguinte, entre vivos e quebrados Eric e eu abrimos a terceira linha. Dessa vez uma linha quase independente à esquerda da “Kamon Magrin” (7c/8a). Antes, ainda tentamos uma linha que tínhamos visto de drone na setor da Cachoeira, mas a fenda se mostrou larga demais quando vista de perto (era uma chaminé).

Interessante que a linha à esquerda da Kamon Magrin sempre esteve lá e ninguém nunca tinha percebido o potencial. A parede de Uliana existe desde 2012 e fica bem num corredor bem frequentado. Isso prova, mais uma vez, que tudo depende da perspectiva de cada um. Eu mesmo olhei para essa parede várias vezes e nunca tinha conseguido vislumbrar essa linha até o último domingo.

O mais interessante dessa via, batizada de Wasabi por causa do musgo verde que cobre parte da via e por causa do trecho apimentado, é que ela pôde ser conquistada em móvel, com boas colocações em peças médias (#.3-#1 + nut offset). Somente no final, quando a fenda acabou batemos mais 2 chapas e a parada. E é justamente nesse trecho final que está o crux da via. Ops, olha o spoiler

De qualquer forma, a via ficou muito legal por mesclar dois estilos de escalada em uma única via: a delicadeza da escalada tradicional sensu stricto e o estilo atlético do boulder final. Embora ninguém tenha realizado o FA, imagino que 8b seja um grau justo para via.

Segue o vídeo em POV da conquista da via em estilo ground up e mostrando um pouco os perrengues.

Segue o croqui atualizado do setor. O croqui completo está na croquiteca.

Eric na via Cafeina (7a).

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