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Noronha, o retorno

Se você caiu neste post porque está planejando uma viagem a Fernando de Noronha, recomendo que deem uma lida neste post, sobre a nossa primeira viagem, onde trato com mais detalhes alguns aspectos gerais. Este post é um complemento com infos adicionais e um pequeno relato da nossa (Paula e eu) segunda ida.

Entardecer na Praia do Bode com o Dois Irmãos ao fundo.
Duas fragatas em voo.
Carangueijo Aratu na pedra.

O retorno à ilha foi um pouco chocante! Em abril, quando estivemos pela última vez, a pandemia ainda estava em alta e para entrar na ilha era preciso ter um exame PCR negativo emitido em menos de 48h. Agora, basta estar totalmente imunizado. Com isso, os turistas voltaram em peso a Noronha. Esse retorno massivo foi bem notável logo na nossa chegada, o que assustou um pouco. Se antes as praias ficavam vazias, dessa vez já não tínhamos aquela sensação de náufragos numa ilha deserta. Marcar os passeios já virou uma luta. Se antes sobrava vaga, agora tudo voltou a ficar disputada. Mas o que mais nos chamou a atenção e até certo ponto nos incomodou foi o barulho dos buggies quebrando a calmaria do lugar. Para quem se propõe ser um lugar “sustentável” aqueles carros barulhentos e poluentes não estão com nada. Pelo menos dessa vez já vi muito mais carro elétrico e parece que há uma proposta para substituir todos os carros a combustão por elétricos até 2030.

Ilha Sela Gineta com recife de corais no primeiro plano.
Entardecer na ilha.
Resquícios de um swell.

Voltar a Noronha pela segunda vez foi uma experiência totalmente diferente. Primeiro porque você vem mais relaxado, sem frenesi de fazer todos os passeios. É legal fazer os passeios e conhecer bem a ilha, mas, às vezes, isso acaba sendo cansativo. Como já tínhamos feito a maioria dos passeios, nos preocupamos apenas em reservar dois passeios que não tínhamos feito da vez anterior e ficamos o resto dos dias bem à toa.

Vista da Igreja Nossa Senhora dos Remédios para o forte que leva o mesmo nome.
Raios de luz no mar.

Mais uma vez ficamos na Pousada Oceano Azul do Ailton (@ailtonfloroficial). O bom filho à casa torna! Infelizmente não conseguimos vaga para todos os dias e no final tivemos que ficar na Pousada Flor de Noronha que fica ali perto, na Vila do Trinta. Essa pousada também é bem simples com um staff bem prestativo. O local não oferece café da manhã, embora eles sirvam um café, chá e algumas frutas, além de disponibilizar uma cozinha para preparar alguma coisa. Como a pousada tem apenas cinco quartos, é um ambiente bem tranquilo e calmo, além de ficar perto dos principais restaurantes da região.

Encontro inusitado com uma tartaruga na Praia do Porto de Santo Antônio.

Nos primeiros dias a ilha estava sob efeito de um swell fora de época e sofremos um pouco para entrar na água, principalmente porque gostamos de mergulhar, então tivemos que ter um pouco mais de paciência. Em geral, setembro e outubro são épocas de mar calmo, mas devido às mudanças climáticas, nos últimos anos, tem acontecido esse fenômeno fora de época. Por sorte, para as datas dos passeios agendados o mar já estava mais flat e não nos atrapalhou em nada.

Entardecer na Ponta das Caracas.
Cardume de Barracuda (?) na Praia do Porto.

O primeiro passeio agendado foi a travessia a pé para Morro São José por um estreito que se forma durante a maré baixa para visitar uma piscina natural que também se forma durante a maré baixa. Existe a opção, também somente com agendamento, de fazer a travessia a nado, mas esse passeio ficou para próxima. A travessia é bem bonita, mas caminhar sobre as pedras, por vezes com limo e água no joelho, é bem cansativo. Parece que a nado é mais suave.

Cactus no Forte São Joaquim.
Tubarão Bico Fino (?) na Praia da Conceição.

O segundo passeio que fizemos foi uma caminhada chamada Pontinha/Caieira que também exige agendamento e acompanhamento obrigatório de um guia. Naturalmente pedimos que o Ailton fosse o nosso guia nesse passeio que tem aproximadamente 4km de caminhada sem ganho de elevação, só desce. Parte em trilha pelo topo da falésia e um trecho final sob as pedras. Ao longo da caminhada ainda há duas paradas para mergulho (snorkel e colete obrigatórios) em piscina natural.

Recife de coral entre Enseada da Caieira e Pontinha.
Detalhes dos seixos de rocha vulcânica na praia.
Fotinho de turista na Pedra Alta. Foto: Ailton.
Mergulho na piscina de Pontinha. Foto: Ailton.

Ainda precisamos conhecer o extremo oeste da ilha, mas até então o lado leste, no mar de fora, é para nós geólogos, a parte mais bonita da ilha, principalmente devido às falésias de rocha vulcânica e os incríveis bancos recifais.

Mar revolto na boca da enseada Sueste.
Enseada do Sueste.

Para matar a fome após as caminhadas revisitamos alguns restaurantes que gostamos da última vez e conhecemos outros com destaque para restaurante da Pousada do Vale. Dica do Ailton! Para nós esse foi o melhor restaurante que já fomos! Gostamos tanto que voltamos dois dias depois. Nas avaliações, mais gente diz que repetiu o local. Comida boa, preço justo para os padrões locais e ambiente super agradável! Fica a dica! Ah, precisa fazer reserva!

Tartaruga Verde (?) na Praia da Conceição.
Igreja Nossa Senhora dos Remédios.
Pacada Vila dos Remédios.

Saímos de Noronha ainda com algumas pendências! Sempre é bom ter motivos para voltar! Mas desde já deixa saudades. Noronha tem seus problemas, assim como em qualquer outro lugar turístico do Brasil, mas ainda assim vale o investimento e o esforço para passar alguns dias naquele paraíso!

Noite de Lua cheia na Capela de São Pedro.
Entardecer em Noronha.
Nós!

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