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Calogi e escalada urbana

^ Luciola mandando a via “Demolidor” (5o) no setor da Barriga.

Após um final de semana em Itarana ainda estou em processo de recuperação física e mental. A escalada foi muito bem obrigado, mas os carrapatos… Credo… Por causa da estiagem que atinge boa parte do estado, os carrapatos estão à mil. E na região de Itarana em particular, os carrapatos são implacáveis. A minha perna esquerda e a cintura estão cheias de picadas que coçam noite e dia.

Por isso, agora quero distância de Itarana até a chegada das chuvas. Até lá, vou fazendo “pele” para encarar os projetos a curto prazo.

E não há melhor lugar no estado para fazer pele do que o Calogi e o Morro do Moreno.

No sábado, aproveitando uma janela quase perfeita do clima, rolou uma boa ralação de dedo. Destaque para o Eric que mandou a via Trem da Alegria (7b) e mais duas vias, totalizando 3 kdnas no mesmo dia, coisa rara por aqui!

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Lissandro trabalhando a via “Linha Final” (8b).
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Eu na via Batida Macabra (9a). Foto: Felipe Sertã.
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Calogi também tem escalada móvel! E de boa qualidade!

Já no domingo, o rala dedo foi no Morro do Moreno, a principal área de escalada urbana do estado.

Não sou muito fã do Morro do Moreno porque acho a escalada muito urbana. Eu já passo a semana inteira na cidade e quando chega o final de semana quero paz e distância do caos urbano. E infelizmente, pela proximidade urbana, o Morro do Moreno não é o melhor lugar para buscar esse tipo de espírito.

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Croqui do setor da Barriga, Morro do Moreno, Vila Velha.

Visitei o local pela primeira vez em 2007 e desde então fui poucas vezes. Mas é muito nítido como as coisas mudaram, e muito, ao longo dos últimos 9 anos. Naquela época, o Morro do Moreno ainda era um lugar ermo, remoto, “frequentado por ninguém…” Era comum passar o dia lá e não ver uma alma. E quando aparecia alguém para escalar era um conhecido.

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Pedro Pires provando um clássico do setor, via Demolidor (5o).

No entanto, nos últimos anos, com a moda dos “esportes outdoors” e redes sociais, o Morro do Moreno ganhou status de “shopping center radical”, onde, principalmente aos domingos, uma legião de “aventureiros de final de semana” invade a área para praticar caminhada, andar de bike, fazer rapel, puxar um “beck” e escalar. É legal ver que esse segmento ganhou força (não a do beck), mas também é um pouco preocupante ver que o local está crescendo de forma descontrolada. Pelo menos, dessa vez, notei que a trilha de acesso estava mais limpa do que das outras vezes, graças a uma campanha de alguma ONG que fixou sacos plásticos em garrafas pets para guardar o seu lixo e levar embora.

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Sacos de lixo para quem “esqueceu” o lixo.

Também é um pouco preocupante ver o espaço sendo usado e explorado por “empresas de aventura” sem a menor qualificação e conhecimento técnico, oferecendo um pacote de “rapel radical” por R$ 25,00.

Se você caiu nesta postagem enquanto pesquisava sobre rapel no Moreno, fique sabendo que o barato pode sair caro. Não coloque a sua vida em risco por míseros R$ 25,00. Se você está buscando uma experiência radical e não sabe onde encontrar, entre em contato comigo que terei o prazer em passar o contato das pessoas que são realmente qualificadas.

Também é notável ver a presença de uma nova galera na escalada. Se antigamente a gente conhecia todos os escaladores, atualmente a sensação que se tem é que você é quase um estranho no ninho.

O crescimento do esporte de forma saudável sempre será bem vindo. Cabe a nós, os mais velhos, mostrar o melhor caminho aos iniciantes. E aos novos, ter a humildade de aprender e aceitar as críticas construtivas.

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Lu sacando um “amigo” após o lance do crux da via Demolidor (5o).

Uma boa semana a todos!

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