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Ilusão de Óptica

Essa é uma “continuação” do post anterior. Se você não leu a primeira parte sobre essa conquista, clique aqui.

Basicamente, no último feriado, dia 15 de novembro, Eric e eu voltamos ao Mestre Álvaro e terminamos a via “Ilusão de Óptica” que tínhamos iniciado na semana anterior.

Durante a semana, uma nova frente fria chegou ao Estado e tivemos uma semana bem chuvosa, inclusive parte do feriadão foi bem ruim.

No domingo, o tempo deu uma melhorada boa e não choveu. Só fez um frio bem agradável para essa época do ano, atiçando a vontade de voltar para terminar o trabalho iniciado.

Na 2a de manhã partimos novamente ao Mestre Álvaro com a esperança de encontrar a pedra minimamente seca, já que no domingo não choveu…

Naturalmente tudo estava muito molhado, a trilha, a pedra, o pasto, mas olhando de longe, aparentemente a nossa via estava salvo. Tipo assim, choveu 100mm em três dias e só a nossa via não molhou… Cúmulo do otimismo…

A aproximação foi no barro, daquele jeito. Pé na lama, escorregão, capim molhado, costão adrenante, mas sobrevivemos! O Eric chorou um pouco, mas já estou acostumado.

No terceiro passo já enfiei o pé na lama para ficar esperto logo!

Uma coisa é olhar a parede de longe, de binóculos, outra coisa é tocar na pedra de verdade e sentir a rocha úmida e ver a saída molhada. Sabe aquela hora que bate o arrependimento?

Era para ser uma escalada fácil… Se tudo estivesse seco…

Basicamente repetimos até o ponto onde tínhamos ido da outra vez. Aproveitamos a repetição e liberamos todas as enfiadas até a P3. Com isso conseguimos calibrar melhor a graduação das enfiadas.

P1 em móvel. Bomber!
Eric na travessia da segunda enfiada.
Saindo para enfiada crux da via.

A quarta enfiada, onde o Eric tinha começado até acabar as chapas, se mostrou bem tranquila, um crux de IV e depois uma escalaminhada até esticar a corda. Dali para cima tudo indicava que o cume estaria logo ali. Bastava subir um rampão e vencer o headwall final. Tudo seria bem fácil se não fossem as duas tiras de água no headwall que nos obrigava a passar por uma faixa de rocha estreita.

A essa altura, à esquerda, conseguimos visualizar as chapas da via “Recanto do Mestre” que na última enfiada dá uma boa guinada à direita para desviar o headwall.

A última enfiada, mesmo com as tiras de água, se mostrou bem tranquila, mas adicionou um lance de V na virada final. Bom para ficar esperto até o final da escalada.

Chegamos no cume por volta de 12h30, após 4h de repetição e conquista.

Foto no cume e de olho na fome!
Assinando o livro de cume da via “Recanto do Mestre
Traçado das duas vias que existem no local.

Em geral, quando chegamos no cume de uma montanha falamos que “o cume é só a metade do caminho”, mas nesse caso, o cume representa apenas o primeiro terço da escalada, pois além da descida, ainda tem a caminhada para chegar a tempo e pegar o restaurante antes das 15h, quando fecha o buffet.

Se essa escalada tem algo de especial é esse almoço no final. É muito gratificante descer da escalada e almoçar no Restaurante Recanto do Mestre. Comida boa, ambiente agradável e tudo isso a menos de 30 minutos de Vitória. Minha dica master: deixe um espaço no estômago para o pudim! É divino!

Descida vertical!

Temos a plena convicção de que a via terá poucas repetições, porque é uma via em móvel, mas deixo registrado aqui a qualidade do contexto envolvido na escalada. Meia hora de carro, 30 minutos de caminhada, escalada curta, visual incrível e o almoço no final para fechar com chave de ouro! Sem dúvida um bom programa de domingo!

Por fim, é preciso dizer que a via foi conquistada com material da ACE que subsidia parte das proteções aos sócios. A via possui 18 proteções fixas de inox! Bomber!

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