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Pingos de notícias

No último final de semana voltei para Prosperidade com a turma para comemorar o aniversário da Joyce, uma escaladora local muito querida pela galera daqui. Embora o tempo não estivesse prime, rolou boas escaladas no “único pico de mármore do Espírito Santo!”

De quebra, ainda abri mais uma via no setor, bem à direita, batizada de “Pra que isso?” (7c). Essa via tem uma peculiaridade geológica bem interessante, pois parte da via, o início, é escalado no mármore e depois finalizado no gnaisse (?). Na verdade, ouso a dizer que é a única via do Brasil que se escala em duas rochas de idades diferentes ao mesmo tempo. Na geologia, esse tipo de feição é super rara. Em geral, os geólogos, quando vão para o campo buscam exatamente nesse topo de afloramento rochoso, onde é possível ver a relação entre as rochas. No entanto, esse tipo de ocorrência é super rara, pois normalmente o contato entre as rochas sempre fica encoberto pela vegetação. Acho que essa foi uma das poucas vezes onde consegui vivenciar a emoção da minha profissão com o meu hobby ao mesmo tempo.

Breno provando a via. Ele está exatamente no contato entre o mármore e o gnaisse.
“Chuck” no primeiro crux da via.

A via, que tem esse nome estranho, Pra que isso, começa em um lance negativo com agarras boas em mármore e assim que entra no gnaisse, muda completamente de estilo e culmina com um lance “pra que isso” no final, numa movimentação típica desse tipo de rocha.

Croqui atualizado.

Calogi

Já na semana passada, Lis, Ya e eu estivemos em Calogi. Como o verão anda bem chuvoso, só está nos restando escalar por lá.

Como estou treinando finger desde o início da ano, aproveitei o dia para “colher frutos” desse treino. Para mim, mais importante do que treinar é transferir o ganho do muro para rocha. É por isso que treino duro, para quando chegar na rocha “passar leve”. Vejo que esse é um dos aspectos que algumas pessoas se esquecem quando treinam e acabam virando motivo de frustração, pois não usam os ganhos do muro na rocha, onde é “a vida real”.

O “fruto” é a via “Trem da Alegria que dura pouco”, uma variante equipada pelo escalador Felipe Sertã que consiste numa saída mais direta da clássica “Trem da Alegria”. A variante é bem boulderística em agarras pequenas com um final mais delicado em slab. Graças ao treino de finger pude abusar da pressão e mesmo cometendo alguns erros, consegui mandá-la no “segundo giro”. Ao que consta, acho que essa é a primeira repetição da via. A primeira repetição foi realizada pelo Felipe Sertã. O FA ficou por conta do Felipe Alves que mandou no ano passado, sugerindo 8b para via. Comparando com outras vias como a “Trem Doido” (8c) e a Linha Final, acho que 8b é justo, embora seja um pouco mais fácil do que a “Linha Final”.

Gigi, a jibóia de Calogi.

Comentários

2 respostas em “Pingos de notícias”

Nossa Debora, nao sabia que vc perdia tempo lendo as minhas coisas, hahahahahaha. Obrigado pela visita!

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