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Roadtrip RS – Sul – (parte 3)

Após uma semana de viagem pela Serra, o nosso corpo estava precisando de descanso, mas a gente meio que desconsiderava o sinal. No domingo fizemos um descanso forçado por causa da chuva e aproveitando que estávamos na Gruta, comemos o “almoço da colônia”. Para quem estava cansado, aquele manjar era o que estava faltando para “capotarmos” por 13h interruptos!

No dia seguinte “botamos o pé na estrada” rumo à cidade de Caçapava do Sul, na região centro sul do Estado. Nessa etapa, o Pedro “Graveto” que já andava na região com os amigos dele se juntou a nós e fechamos o “bonde dos capixabas”.

Eu tinha prometido a mim mesmo que todo ano voltaria a Caçapava, mas andei falhando e acabei ficando 5 anos ausente. Deu até vergonha rever o seu Manuel e família (proprietários do Camping Galpão de Pedra), mas estava feliz! Bem faceiro, como se diz por aqui.

Pedra da Abelha e Pedra do Segredo em Caçapava do Sul.

Dia 1

Começamos a “programação” no setor esportivo mais clássico de Caçapava, a Pedra da Baleia, ou Pedra do Corvo para os moradores locais. As vias são mais duras, mas compensa pela qualidade da rocha e das vias! O único “inconveniente” é a aproximação, a mais longa de todas.

Eu tentei resolver algumas “pendências” de 2008, quando estive pela última vez no setor, mas o conglomerado é sincero demais e continuei com as pendências. Pelo menos agora sei o que preciso para ter alguma chance naquelas “bolinhas”. Como prêmio de consolação mandei a Alienados (8b) – 2nd go, que tinha ficado “esquecida”. O Afeto mandou a clássica Paranóia Extension (8c) e o Graveto um 7b novo equipado com chapas Pingo, dura de avistar.

Nosso guarda-costa!
Afeto trabalhando a via Skyline (9a).
Foto: Caio Afeto.
Graveto trabalhando a via Paranóia (8a).

Dia 2

No segundo dia resolvemos fazer um “descanso ativo” nas tradicionais. Objetivo do dia: repetir as vias “Sem medo de ser feliz” (VII, 5o, E3, D1, 120m) na Pedra do Segredo e “Obrigado pela vida” (V, 3o, E2, D1, 100m) na Pedra da Abelha, também conhecida como Pedra Alta. A “Sem medo” é uma das 50 Clássicas do Brasil e eu ainda não tinha feito. Em 1996 tentei uma vez, mas fui expulso pelos marimbondos e desde então nunca mais entrei. Já a “Obrigado pela vida” é outro clássico gaúcho muito repetido por ser uma escalada fácil.

Começamos o dia sem pressa. Às 8h30 passamos na portaria do parque, conversamos com o John, o guarda-parque, pagamos uma taxa de R$ 10,00 e partimos para base da via. Às 8h45 o Afeto iniciou a escalada guiando a 1a enfiada. Já de antemão sabíamos que a 2a enfiada estava com vespa em algum lugar do diedro. Botei um anoraque para tentar me proteger e fui tocando com calma até encontrar as vespas. Por sorte elas estavam num lugar que dava para contornar por fora e passar o lance sem se expor muito. A última enfiada ficou com o Afeto que rapidamente tocou até o cume e após 2h de escalada estávamos no fim da via.

Afeto na 1a enfiada via.
Pedro na travessia da 1a enfiada.
P2!
Lance vertical da 3a enfiada.
No cume, e de olho no segundo objetivo do dia!

O nosso plano era descer pela trilha, voltar até o carro, almoçar e à tarde ir de carro até a base da Pedra da Abelha, mas o pessoal achou mais “irado” caminhar direto até a Abelha e dar um “rolezão”! É claro que eu só tinha 750mL de água e uns amendoins, mas bora lá fazer um regime.

Baixei no Wikiloc o track e em menos de 30 minutos já estávamos na base da via. Como essa via é mais tranquila, deixamos o Graveto guiar todas as enfiadas e às 13h em ponto estávamos torrando no cume da pedra.

P1, ao fundo a Pedra do Segredo.
Graveto na aresta final.

Descemos sem grandes percalços e voltamos trotando até a entrado do parque para fechar o dia de descanso ativo.

Entardecer na região.
Graxaim na espreita.

Dia 3

No último dia de escalada em Caçapava fomos para Pedra do Leão que fica ali pertinho do camping. Os meninos estavam cansados de “bater perna”.

Pedra do Leão.

Dentre as diversas cadenas do dia, Afeto e eu mandamos a via “Código de Ética” (9a). Lembro que em 2003, o Guili e o Pedro estavam malhando essa linha em top rope e eu fiquei só tirando fotos porque estava machucado. Em 2006, o Osama equipou a linha.

Em meados desde ano, em meio a pandemia, estabeleci algumas metas para me manter motivado e um dos desafios que eu criei foi chegar ao 100o nono ou superior até o final do ano. Teoricamente esse número é só mais um número, mas gosto de me desafiar constantemente para manter a motivação. E a cadena da “Código de Ética” fechou esse desafio. Acho que não tinha lugar mais incrível e especial do que Caçapava para fechar esse projeto porque é um lugar que frequento desde 1996 e sempre que venho aqui bate uma saudade daquela época e fico lembrando dos primórdios da minha escalada.

Pedro na via “O tempo não pára” (7a).
Conglomerado.
Afeto no crux da via “Código de Ética” (9a).
Código de Ética. Foto: Caio Afeto.

Para finalizar a nossa estadia em Caçapava jantamos aquele churrasco de chivito clássico com toda família do seu Manual regado a muitos causos.

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