A Páscoa deste ano coincidiu com a chegada da primeira frente fria do ano que marca “oficialmente” o início da “temporada de escalada do Espírito Santo”.
Durante o feriado escalei apenas um dia com o Eric na região de Domingos Martins/ Marechal Floriano. A escalada da semana passada me deixou com algumas sequelas físicas e mentais, então não quis pegar pesado.
Quando descobrimos a Gruta de Soído, o Eric visualizou uma fenda a caminho da pedra, ao lado da estrada, e no último sábado resolvemos dar uma conferida nesse setor.
De longe tínhamos visto uma fenda, mas quando fomos olhar mais de perto, a tal fenda tinha uma obstrução gigante na base com muito cipó e mais para cima, perdia muita inclinação. Nada interessante! Ao lado dessa fenda, visualizamos outra fenda que agora parecia mais promissora, tirando a saída que também estava obstruída com muito cipó, mas ainda estava melhor do que a primeira fenda.
Iniciamos os trabalhos (9h40) com o Eric na ponta da corda, conquistando, podando e limpando a fenda. A saída, conforme esperado, deu muito trabalho devido ao cipó e da rocha de baixa qualidade, depois apareceu um crux “não esperado” que consumiu um bom tempo. Passado o crux, o Eric chegou no que era para ser o “filé da via”, um trecho curto (5m) de oposição totalmente protegido em móvel. Depois a fenda sumiu, apareceu outro crux de slab e parada natural em árvore para finalizar a via. Subi limpando a via e consegui liberar os dois crux com corda de cima (13h). Comemoramos a conquista de uma via que provavelmente nunca será repetida e a batizamos de: “O que trazes para mim” da música “Coelhinho da Páscoa o que trazes para mim?”.
Dali, descemos até Marechal onde fizemos uma parada estratégica para reabastecimento. Almoçamos no Restaurante Ponto Frio que fica as margens da BR-262. Excelente pedida!
Mimosa
A tarde resolvemos dar um pulo na “Mimosa do 52” que fica ali perto. As condições pareciam favoráveis e o Eric queria fazer uma tentativa flash. A via é uma oposição de uns 35m protegida em móvel com um único grampo no crux da via e está graduada em 7b (grau móvel, não se enganem).
A tentativa flash do Eric sucumbiu no crux da saída que, em geral, fica úmida. Trocamos a ponta e toquei para o Eric conhecer a via de cima. No segundo crux, pra variar, a fenda estava molhada e suja. Acho que a última pessoa que escalou essa via fui eu em 2016. Tomei um voo infinito num #4 e desmandei a via. Depois o Eric subiu de segundo conhecendo a via e finalizamos a escalada a luz das lanternas (para quem levou…).